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Ataque com armas biológicas pode matar 1 milhão, diz estudo nos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

Um ataque terrorista com armas biológicas poderia deixar um milhão de mortos nos Estados Unidos advertiu hoje um prestigioso instituto de pesquisa local que preparou um desolador cenário de eventuais atentados terroristas. O ataque de 11 de setembro, com 3.056 mortos, pode ser só uma mostra do poder terrorista: poderia haver cenas dignas de epidemias medievais no Estados Unidos do século 21. Entre elas, um milhão de mortos por varíola ou antraz, 100.000 vítimas por uma explosão nuclear em uma grande cidade, um bilhão de dólares em danos se alguém conseguir detonar num porto americano uma bomba atômica escondida em um contêiner. A lista foi enviada ao diretor de Segurança Interna dos Estados Unidos, Tom Ridge, que há meses tenta imaginar todas as possíveis falhas na defesa contra os terroristas, para corrigi-las. O Brookings Institution, um centro de estudos respeitado em Washington, tentou resumir num informe o que poderia ocorrer e as probabilidades de que realmente ocorra, e acrescentou quanto custaria cada incidente. O ataque biológico é a possibilidade mais devastadora, mas também a mais remota, pelas dificuldades em se conseguir uma eficaz dispersão no meio ambiente de vírus e bactérias letais. Se for bem-sucedido um ataque com armas biológicas, as conseqüências poderiam ser apocalípticas. Uma epidemia de varíola, antraz ou Ebola provocaria um milhão de mortos antes de ser contida pelas autoridades com o uso de vacinação em massa e quarentenas. Segundo D. A. Henderson, um dos funcionários do governo federal encarregados da defesa na área sanitária, o ataque com Ebola é o mais improvável. "Penso que a varíola está no topo da lista dos riscos biológicos", disse Henderson ao jornal Washington Post. O cenário nuclear não é menos inquietante. O "dia depois" da explosão de uma bomba atômica em um grande centro urbano mostraria 100.000 mortos e milhares de contagiados pela radiação. A possibilidade de um ataque do tipo, para os estudiosos do Brookings, é "muito pequena", assim como as de um ataque a uma das 103 usinas nucleares do país, ou a uma das 12.000 indústrias químicas (neste caso, seriam 10.000 mortos). Mais simples e mais provável, para os investigadores, seria um ataque biológico ou químico em escala reduzida contra um arranha-céu ou um estádio, com 1.000 mortos. O ataque mais possível, mas de conseqüências menores, é de um terrorista suicida que detonaria explosivos num centro comercial ou num cinema, provocando de 50 a 100 vítimas, mas também milhões de dólares em danos à economia. Para fazer frente a um ataque biológico de grande escala, Washington teria de arcar com US$ 750 milhões, segundo o instituto. Mas se Osama bin Laden quiser aniquilar a economia norte-americana, faria explodir num grande porto, como o de Boston ou Los Angeles um navio cargueiro com uma bomba atômica escondida num contêiner. O efeito em cadeia que isto provocaria na indústria de transporte geraria danos de um bilhão de dólares.

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