KARACHI, PAQUISTÃO - Ao menos 43 pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas nesta quarta-feira, 13, quando homens armados invadiram um ônibus e abriram fogo contra os passageiros em Karachi, no sul do Paquistão, de acordo com a polícia, no mais recente ataque contra minorias religiosas no país este ano. O ônibus "se dirigia para um centro da comunidade ismailita", que pertence ao ramo xiita do Islã, afirmou um superintendente da polícia de Karachi, Afzal Nadeem Dogar.
O veículo rosa ficou coberto de buracos de bala, e era possível ver sangue derramado nos assentos. "Quando os homens armados subiram no ônibus, um deles gritou 'matem todos'. Logo, começaram a disparar indiscriminadamente em todos que viam", disse uma mulher ferida a um canal de televisão, por telefone.
Os feridos foram transferidos para hospitais mais próximos e foi declarada situação de emergência. Uma fonte policial não identificada disse ao jornal paquistanês "Express Tribune" que o ônibus tinha capacidade para 52 passageiros, mas que estava superlotado.
Um grupo extremista chamado Jundullah, que atacou minorias muçulmanas em ocasiões anteriores, assumiu a responsabilidade pelo ataque. O grupo possui vínculos com o Taleban e prometeu lealdade ao Estado Islâmico em novembro.
"Os mortos eram ismailis e os consideramos kafir (não muçulmanos). Havia quatro agressores. Nos próximos dias, atacaremos os ismailis, xiitas e cristãos", disse o porta-voz do grupo Ahmed Marwat à Reuters.
"O primeiro-ministro (Nawaz Sharif) condenou de maneira enérgica o ato terrorista em Karachi. Anunciou que o incidente será investigado e ofereceu suas mais sinceras condolências pela perda de vidas humanas", assegurou em comunicado o governo paquistanês.
O ataque de hoje se soma aos cometidos contra várias mesquitas xiitas no início deste ano, entre elas uma em Shikarpur, também no sul do Paquistão, no qual morreram 55 pessoas e outras 50 ficaram feridas.
Os atentados de caráter sectário no Paquistão, especialmente contra a minoria xiita, que representa 20% da população do país, aumentaram nos últimos anos em meio à intensificação geral da violência terrorista desde o fim de 2012.
Em junho de 2013, um atentado em Quetta, no oeste do país, próximo de um centro de orações xiita, causou a morte de 30 pessoas e ferimentos em outras 60. Já no início de 2014, três massacres em bairros xiitas das cidades de Quetta e Karachi deixaram mais de 250 mortos. / EFE e REUTERS