
27 de novembro de 2011 | 03h03
A crise foi levada ao Ministério de Relações Exteriores. Em retaliação, o governo fechou duas rotas por onde são levados suprimentos para as tropas da Otan. Cerca de 50 caminhões e contêineres foram parados no caminho. Aproximadamente 40% dos suprimentos não-bélicos da Otan utilizam essas rotas em sua logística. A entrada de suprimentos também foi banida da Província do Baluquistão, segundo o governo local. Para o Paquistão, é o incidente com maior número de soldados mortos envolvendo a Otan desde junho de 2008, quando 11 pessoas haviam sido mortas.
Depois de um encontro ontem no Comitê de Defesa do Gabinete, o primeiro-ministro lançou um comunicado repudiando o ataque. O documento solicita que os EUA deixem uma base no sudeste país em 15 dias. Pedido semelhante foi feito em junho, mas sem resultado.
Um comandante da Otan responsável pela fronteira leste do Afeganistão informou que uma operação na área na noite de sexta matou dez insurgentes. Ele usou o incidente para justificar a operação com helicóptero. Um dos porta-vozes da Otan, o general Carsten Jacobson, tentou justificar parcialmente a ação, dizendo que as tropas solicitaram reforço aéreo por complicações durante uma operação terrestre. A Otan pediu desculpas e prometeu investigar falhas na ação.
O porta-voz das forças militares paquistaneses, o general Athar Abbas, afirmou que não há justificativa para o que ele classificou como "ataque indiscriminado". Ele disse ainda que a justificativa de que a Otan perseguia insurgentes que teriam cruzado a fronteira não tem fundamento.
A relação entre os dois países piorou depois da morte de Osama bin Laden, no começo de maio. O governo local acusa os americanos de agirem dentro do Paquistão sem a autorização ou mesmo o conhecimento de Islamabad. / AP e REUTERS
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