Ataque de Israel mata três em campo de refugiados

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Por Agencia Estado
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Três palestinos morreram e pelo menos 20 ficaram feridos num ataque israelense com tanques perto do acampamento de refugiados de Rafah, na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, informou um porta-voz do líder da Autoridade Palestina (AP), Yasser Arafat. Um porta-voz militar israelense justificou a operação, destacando que ela teve por objetivo destruir um túnel que ligaria Rafah ao território egípcio. "Por ele, os palestinos vinham recebendo armas e munições", acusou o porta-voz em entrevista à Rádio do Exército. Segundo o porta-voz da AP, os tanques israelenses destruíram uma fábrica e três casas civis na periferia de Rafah. Algumas granadas caíram perto da mesquita Al-Nur, de onde dezenas de muçulmanos estavam saindo depois de participarem de atos religiosos. Quinze pessoas ficaram feridas. Outros cinco palestinos foram baleados em violentos choques com soldados israelenses. Entre os mortos, figura uma menina de quatro anos que tinha sido ferida durante o bombardeio israelense à região do campo de refugiados Brazil (o local recebeu esse nome porque soldados brasileiros de um contingente de capacetes-azuis das Nações Unidas haviam se estabelecido na região antes da Guerra dos Seis Dias para garantir a segurança do Canal de Suez). Acordo Apesar da nova operação militar, o chefe da política externa e segurança da União Européia (UE), Javier Solana, manifestou otimismo quanto à possibilidade de conclusão de um acordo eficaz de cessar-fogo entre israelenses e palestinos. Ele acredita que no fim de semana serão concluídos entendimentos, mediados pelo ex-general norte-americano Anthony Zinni, enviado à região pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. "Esperamos, por outro lado, que Israel modere as restrições impostas a Arafat a fim de que ele possa participar da reunião dos líderes árabes na capital libanesa", acrescentou Solana, que participou de um encontro de ministros da Defesa da UE. O governo israelense não fez nenhum comentário sobre a decisão do líder palestino de viajar para Beirute. O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, havia condicionado no início da semana a permissão para Arafat ir a Beirute à conclusão de um acordo de cessar-fogo. Hoje, fontes egípcias disseram que Arafat, não iria à cúpula árabe de Beirute por motivos de segurança. A versão foi confirmada por fontes palestinas no Cairo. De acordo com as fontes, Arafat teria recebido duras advertências para que não abandone os territórios palestinos para participar da reunião. Entre as advertências, figurariam possíveis atentados contra a vida do líder palestino.

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