27 de agosto de 2010 | 13h03
O relatório, divulgado ontem pelo jornal francês Le Monde, afirma que o presidente de Ruanda, Paul Kagame, ameaça retirar seus soldados da missão de pacificação em Darfur, caso se divulgue a acusação de genocídio.
Cerca de 1 milhão de hutus, incluindo os autores do genocídio de 1994, em Ruanda, fugiram para o Congo. O Exército de Ruanda invadiu o vizinho e milhares de pessoas foram assassinadas em campos de refugiados da ONU.
"O uso generalizado de armas que não eram de fogo, em particular facas, e o massacre sistemático dos sobreviventes logo que os acampamentos foram tomados provam que o número de mortos não pode se circunscrever às margens da guerra", indica o relatório.
O informa do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos afirma que houve ataques sistemáticos e generalizados que "poderiam ser classificados como crime contra a humanidade" por uma corte competente.
O governo de Ruanda afirma que suas forças buscavam os perpetradores do genocídio de 1994, durante o qual mais de meio milhão de pessoas foram assassinadas, a maioria da etnia tutsi e hutus moderados. Mas o relatório aponta que a maioria das vítimas hutus no Congo eram mulheres e crianças, além de doentes e idosos.
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