Ataque do Al-Shabab deixa 147 mortos em universidade no nordeste do Quênia

Militantes atacaram dormitórios e tinham como alvo cristãos da Universidade Garissa; pelo menos 79 pessoas ficaram feridas

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

(Atualizado às 15h33) 

PUBLICIDADE

NAIRÓBI - Integrantes do grupo extremista Al-Shabab atacaram uma universidade no nordeste do Quênia na manhã desta quinta-feira, 2, matando 147 pessoas, segundo o ministro do Interior, Joseph Nkaissery. Outras 79 ficaram feridas. O ataque teve como alvo os cristãos que estudam na Universidade Garissa, disseram testemunhas.

De acordo com as forças de segurança quenianas, os atiradores foram cercados em um dos dormitório da universidade, onde reféns foram mantidos pelos extremistas. À agência Associated Press, sobreviventes descreveram cenas angustiantes: as pessoas foram impiedosamente alvejadas e disparos eram ouvidos enquanto as vítimas corriam para tentar salvar suas vidas. Collins Wetangula, vice-presidente do grêmio estudantil, disse que estava se preparando para tomar banho quando ouviu disparos vindos de um dormitório a 150 metros do local onde ele estava, que é habitado tanto por homens quanto por mulheres. O campus tem seis dormitórios e pelo menos 887 alunos, afirmou Wetangula.

O estudante disse que assim que ouviu os tiros trancou-se com outros três colegas em seu quarto. "Tudo que pude ouvir foram passos e disparos. Ninguém gritava porque as pessoas achavam que isso faria com que os atiradores soubessem onde estavam", afirmou. "Os homens diziam a frase 'sisi ni al-Shabab' (que em swaihi significa 'somos do Al-Shabab')", relatou Wetangula. Quando os atiradores chegaram em seu dormitório, ele pôde ouvi-los abrindo portas e perguntando se as pessoas que estavam escondidas eram muçulmanos ou cristãos. "Se você fosse cristão, era alvejado ali mesmo. A cada disparo eu achava que iria morrer." Os extremistas começaram a disparar rapidamente, como se houvesse troca de tiros, explicou Wetangula. "Em seguida, vimos, pela janela de trás de nossos quartos pessoas usando uniformes militares que se identificaram como soldados quenianos", disse o estudante. Os soldados retiraram o líder estudantil e outras 20 pessoas do local. Um porta-voz do Al-Shabab assumiu a autoria do ataque. Ali Mohamud Rage disse numa emissora de rádio que os combatentes do grupo realizam uma "pesada" operação militar no interior do campus. No momento em que o ataque começou, às 5h30 (horário local), as orações matutinas já haviam começado na mesquita da universidade, onde as pessoas não foram atacadas, segundo o estudante Augustine Alanga, de 21 anos. / AP e REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.