Ataque em mercado turístico do Cairo deixa 1 morto e 21 feridos

Franceses são maioria de vítimas; nenhum grupo reivindicou atentado

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Por AP , AFP e EFE E REUTERS
Atualização:

A explosão de uma bomba em um movimentado mercado frequentado por turistas no Cairo deixou ontem pelo menos uma francesa morta e outros 21 feridos. Apesar de não ter sido confirmado oficialmente, a agência de notícias Reuters afirmou que quatro pessoas teriam morrido no atentado, das quais duas seriam turistas estrangeiros. Até o momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado. De acordo com a polícia, um motociclista jogou a bomba na área próxima ao mercado de Khan el-Khalili, perto da mesquita Hussein. Pelo tamanho da explosão, os agentes policiais acreditam que o artefato que explodiu seja de fabricação caseira. Um policial que não quis se identificar afirmou que outra bomba foi deixada no local, mas não explodiu. Especialistas do esquadrão de bombas do Egito isolaram a área onde ocorreu o ataque para desarmar e detonar o artefato em segurança. "Estava rezando e de repente escutei uma explosão", disse Mohammed Abdel Azim, que estava dentro da mesquita no momento do ataque. "As pessoas começaram a entrar em pânico e corriam para sair da mesquita, mas a polícia veio, fechou a entrada principal e nos retirou pelos fundos." O ministro de Saúde do Egito, Hatem el-Gabali, confirmou a morte da francesa e revelou que entre os 21 feridos também estavam outros 10 turistas franceses, 1 alemão e 3 sauditas. Até a noite de ontem não ficou claro se algum grupo radical estava por trás do ataque ou se o atentado havia sido planejado para atingir turistas. AUTORIA DESCONHECIDA Apesar de militantes islâmicos terem a indústria turística do Egito como alvo de atentados nas últimas décadas, no ano passado o turismo no país atingiu níveis recordes por causa da diminuição no número de ataques. O atentado de ontem não foi o primeiro lançado contra o mercado de Khan el-Khalili, que vende desde souvenirs até joias de ouro e prata e está sempre repleto de turistas. Em 7 de abril de 2005, um ataque suicida matou dois cidadãos franceses, um americano e um egípcio. O Egito - país árabe mais populoso - travou uma longa batalha contra militantes islâmicos nos anos 90. A guerra entre o Estado e os radicais culminou no massacre de mais de 50 turistas na cidade de Luxor, em 1997. Os rebeldes foram derrotados e, desde então, poucos ataques foram lançados na região. No entanto, alguns atentados foram perpetrados há alguns anos contra resorts na Península do Sinai, incluindo um em 2005 que deixou mais de 60 mortos.

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