Ataque mata ao menos 20 em academia de polícia no Paquistão

Exército controla local ocupado por grupo terrorista; mais de 90 foram feridos e 3 dos insurgentes foram presos

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Por Agências internacionais
Atualização:

Um comando terrorista tomou nesta segunda-feira, 30, uma academia de polícia próxima a Lahore, no leste do Paquistão, matando pelo menos ao menos 20 agentes e ferindo 90. Tropas cercaram a academia logo após o ataque e houve uma troca de tiros durante cinco horas. O Exército e forças de segurança ocuparam o local e, durante a ação, quatro dos insurgentes foram mortos e outros três foram detidos. Cerca de 700 oficiais estavam na academia durante o ataque

 

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O ataque, que assinala a ameaça cada vez maior dos insurgentes no Paquistão, país que possui armas nucleares e é aliado americano, aconteceu menos de um mês depois de uma emboscada contra a equipe de críquete do Sri Lanka que visitava a mesma cidade. Os soldados e outros efetivos de segurança combateram durante horas os terroristas.

 

O ataque começou quando entre dez e 15 homens armados, que estavam escondidos em uma mesquita próxima à academia, invadiram o local por dois pontos diferentes, vestidos com uniformes policiais, levando mochilas e com o rosto coberto. Os terroristas - entre 10 e 15, segundo testemunhas - abriram fogo contra os policiais, lançaram diversas granadas e tomaram como reféns os oficiais que faziam seus exercícios matinais, entre 7h e 8h locais (22h às 23h pelo horário de Brasília). 

 

Membros do Exército e policiais de elite cercaram a academia e entraram no local, iniciando novos tiroteios. Segundo diferentes meios de comunicação locais, eles teriam conseguido matar quatro terroristas, que compõem um comando Fedayin (paramilitar islâmico, "os que se sacrificam", em árabe). Tres terroristas foram presos. Helicópteros da polícia sobrevoaram o local e foram atingidos por tiros dos terroristas, alguns dos quais subiram ao terraço da academia.

 

Um policial ferido disse à emissora Express TV, que 60 e 70 agentes morreram e que cerca de 100 ficaram feridos durante o ataque, números que até agora não foram confirmados oficialmente. A área está isolada e alguns cadáveres e feridos foram levados a hospitais próximos, nos quais se declarou estado de emergência.

 

O presidente paquistanês, Asif Ali Zardari e o primeiro-ministro, Yousef Raza Guilani disseram que utilizarão toda a força até conseguir neutralizar os terroristas. Ambos ordenaram que se abra imediatamente uma investigação sobre os detalhes do ataque e que se mantenha a vigilância aérea do local até que o grupo seja dominado. O ministro do Interior, Rehman Malik, apontou grupos terroristas islâmicos paquistaneses como os responsáveis, embora não descarte alguma intervenção estrangeira.

 

Malik disse que a ação faz parte da onda de violência atravessada pelo Paquistão e que tem origem na conflituosa região noroeste do país, onde o Taleban e membros da rede terrorista internacional Al-Qaeda se escondem. O ministro ressaltou que os homens que atacaram a academia estavam bem treinados e preparados, e "com o objetivo de desestabilizar o país". O ataque, segundo ele, lembra o atentado que no final de novembro matou 179 pessoas na cidade indiana de Mumbai, e pelo qual a Índia acusa o grupo caxemiriano Lashkar-e-Taiba (LeT), com base no Paquistão.

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Há pouco mais de um mês, a cidade de Lahore foi o cenário de outro atentado, contra o comboio da seleção de críquete do Sri Lanka executado por um comando terrorista, cujos integrantes fugiram a pé e permanecem foragidos. "Os ataques estilo Fedayin, como o de Mumbai, estão já consolidados no Paquistão. Estes terroristas estão dispostos a morrer", advertiu uma fonte de inteligência ocidental.

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