Ataque na fronteira põe fim à trégua em Gaza

Após morte de soldado israelense em explosão, Israel bombardeia território e mata um civil; grupo islâmico desconhecido reivindica ação

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Por Gustavo Chacra e JERUSALÉM
Atualização:

Um grupo palestino desconhecido desrespeitou o cessar-fogo vigente há dez dias entre Israel e o Hamas, matando um soldado israelense e ferindo outros três com a explosão de uma bomba em uma passagem no lado israelense na fronteira com a Faixa de Gaza. O Exército de Israel respondeu com bombardeio contra alvos no território palestino, matando pelo menos uma pessoa. Veja a linha do tempo multimídia dos ataques de Israel em Gaza Depois da retaliação israelense, não ocorreram mais choques. A população de Gaza, entretanto, voltou a temer uma nova onda de ataques de Israel. A ofensiva, que começou no fim do mês passado e durou três semanas, matou cerca de 1.300 palestinos e ampliou a crise humana no território, arrasado pela violência e isolado pelos vizinhos Israel e Egito. Existe a possibilidade de Israel lançar uma resposta ainda mais dura nos próximos dias. "O que o Exército realizou hoje em Gaza ainda não foi a resposta. Nossa resposta está por vir", ameaçou o premiê Ehud Olmert. Um grupo, que se identificou pelo nome de Tawhid-wa-Jihad (Monoteísmo e Luta), distribuiu um vídeo com as imagens de um veículo do Exército israelense sendo atingido pela explosão. Não há informações se os responsáveis têm ligação com o Hamas. A organização palestina, que controla Gaza desde 2007, havia decretado um cessar-fogo no dia 18 de janeiro e se comprometido a não lançar mais ataques se Israel retirasse suas tropas e levantasse o bloqueio em até uma semana. Os israelenses saíram, mas mantiveram as fronteiras fechadas. A ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, que disputará o cargo de premiê dentro de duas semanas, culpou o Hamas pelo ataque. "Não interessa quem disparou. O Hamas controla Gaza e é responsável por tudo o que aconteça. Sempre que dispararem contra israelenses a partir de Gaza, Israel responderá", afirmou a ministra. Seu concorrente nas eleições e ministro da Defesa, Ehud Barak, acrescentou que "qualquer grupo que nos atingir sofrerá um duro golpe". Muhir al-Masri, um dos líderes do braço político do Hamas, afirmou que Israel deveria ser responsabilizado pela continuação dos ataques . Além da resposta militar, Israel fechou as passagens por onde, desde a trégua, estava entrando ajuda humanitária - necessária para cerca de 80% dos 1,5 milhão de habitantes de Gaza. Um dos motivos para o fechamento foi o fato de o ataque contra os soldados ter ocorrido em uma área próxima de um dos pontos de travessia de Israel para o território palestino. SHALIT Após encontrar-se com o presidente Nicolas Sarkozy, em Paris, o pai do soldado israelense Guilad Shalit, sequestrado pelo Hamas desde 2006, disse ter recebido garantias por parte do líder francês de que seu filho ainda está vivo. Shalit é nascido em Israel, mas tem também nacionalidade francesa. Sarkozy teria ligado na semana passada para o presidente da Síria, Bashar Assad, com o objetivo de convencê-lo a pressionar o Hamas a libertar Shalit. COM AFP

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