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Ataque pode ter matado até 200 pessoas na Síria

Ofensiva foi contra vila alauita, minoria à qual pertence Assad; número exato de mortos e feridos não foi confirmado

Por BEIRUTE
Atualização:

Uma série de atentados a bomba na Síria pode ter matado ontem até 200 pessoas em um vilarejo alauita - minoria religiosa à qual pertence o presidente Bashar Assad. Os autores do ataque e número exato de mortos e feridos não foram confirmados."Não é possível saber, no momento, se os rebeldes estão por trás dos ataques, mas, se assim for, será a operação mais importante de retaliação por insurgentes contra civis alauitas", declarou Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, organização opositora com sede em Londres.A participação de grupos extremistas islâmicos nos confrontos na Síria preocupa a comunidade internacional. Ontem, os EUA anunciaram sanções financeiras contra os líderes do grupo Jabat al-Nusra, ao mesmo tempo em que prometem reconhecer a nova coalizão de oposição a Assad.Autoridades americanas afirmaram que reconhecerão formalmente, na quarta-feira, no Marrocos, a oposição unificada sob o guarda-chuva da Coalizão Nacional Síria (CNS) como "representante legítima" e "única representante dos sírios". O Departamento de Estado dos EUA insiste, no entanto, que a CNS se isole dos extremistas. É com o apoio de combatentes de grupos radicais islâmicos, porém, que a oposição avança. Ontem, após dois dias de confrontos intensos, que deixaram pelo menos 35 soldados do governo mortos, os rebeldes assumiram o controle de uma base nos arredores de Alepo, o segundo posto militar capturado no norte do país pelos rebeldes, que avançam em direção a Damasco. Entre eles, estão as forças do Jabhat al-Nusra. Seus combatentes são reconhecidos como os mais eficientes entre os rebeldes e responsáveis pelas conquistas recentes da oposição. Com as sanções anunciadas ontem, os nomes de dois de seus dirigentes, Maysar Ali Moussa Abdallah al-Juburi e Anas Hassan Khatab, entraram para a lista americana de terroristas, o que, na prática, congela os ativos que tenham nos EUA e permite punir legalmente cidadãos que tenham vínculos comerciais com eles. As autoridades americanas lembraram que também faz parte da lista a Jaish al-Shabbi, milícia favorável a Assad. O objetivo, segundo Washington, é "apoiar as aspirações legítimas do povo sírio de se libertar da opressão do regime" e "combater os esforços da rede Al-Qaeda para subverter a oposição síria". / REUTERS, AP e AFP

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