Ataque suicida deixa 96 soldados mortos no Iêmen

Outras 222 pessoas ficaram feridas; autoridades suspeitam de ação da Al-Qaeda

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Atualização:

Atualizado às 11h03

 

SANAA - Um ataque suicida contra soldados iemenitas realizado nesta segunda-feira, 21, na capital do país, Sanaa, matou pelo menos 96 militares e deixou 300 feridos, confirmou o Ministério da Defesa. O órgão também contabilizou 222 feridos.

 

De acordo com fontes médicas, os feridos recebiam tratamento em "vários hospitais" da capital.

Ainda segundo o ministério da Defesa, todas as vítimas são recrutas da polícia e do Exército.

 

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O suicida, vestido com uniforme militar, detonou os explosivos que trazia junto ao corpo no meio de um batalhão que ensaiava a realização de uma parada para comemorar o 22º aniversário da unificação do sul e norte do Iêmen, informou um oficial.

 

O atentado ocorreu na praça Sabein, onde estavam o ministro da Defesa, Mohamed Naser Ahmad, e o chefe de Estado-Maior, Ali al Ashual. Ambos saíram ilesos.

 

Trata-se do mais violento ataque ocorrido na cidade nos últimos meses. "Foi um verdadeiro massacre", disse Ahmed Sobhi, um dos soldados que estava no local. "Há corpos despedaçados por todo lado. É inacreditável."

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"O atentado tem as marcas da Al-Qaeda", afirmou um oficial dos serviços de segurança responsável pela região, o coronel Abdel Hami al Bajach. Apesar das suspeitas, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque.

 

Com as suspeitas recaindo sobre a organização terrorista, uma fonte do Ministério do Interior, citada pela agência estatal, assegurou que o massacre "vai aumentar os esforços das Forças Armadas para enfrentar os terroristas sem trégua, até que o Iêmen esteja livre desses atos". A fonte ainda afirmou que "os que estão por trás deste ato brutal não escaparão às punições".

 

Infiltrado

 

Oficiais militares disseram que o suicida era um soldado que participava do ensaio e estava enfileirado com outros militares na principal praça da capital, que não fica muito longe do palácio presidencial.

 

O suicida detonou os explosivos minutos antes da chegada do ministro da Defesa e do Chefe do Estado-Maior, que deveriam saudar das tropas. Os oficiais falaram em condição de anonimato, porque não estão autorizados a falar com meios de comunicação.

 

O Iêmen é um dos países mais pobres do Oriente Médio. Recentemente, foi palco de revoltas populares contra o ex-presidente Ali Abdullah Saleh, na chamada primavera árabe, o que enfraqueceu as instituições locais de governo e segurança. O Iêmen ainda serve como base para o braço da Península Arábica da Al-Qaeda.

 

Com informações das agências Associated Press e Efe

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