Ataque suicida deixa pelo menos 30 mortos no Iraque

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos 30 pessoas morreram e outras 36 ficaram feridas em um atentado suicida ocorrido durante o funeral de um líder xiita na cidade iraquiana de Baquba, zona de influência rebelde, informou à EFE um porta-voz do Ministério do Interior, embora este número possa aumentar. O suicida, que carregava uma potente carga junto a seu corpo, misturou-se a cerca de cem pessoas que acompanhavam o funeral de Ahmed Hamid Banquer, representante do partido religioso xiita Al-Dawa, que foi morto na terça-feira na cidade de Mudadiyah, aproximadamente 75 quilômetros ao nordeste de Bagdá. Momentos antes, os iraquianos que acompanhavam o féretro sofreram um ataque de homens armados com fuzis e pistolas, explicou a fonte. Os médicos não descartam que o número de mortos possa aumentar nas próximas horas, devido à gravidade das lesões de alguns dos feridos. "Cerca de 50 pessoas morreram ou ficaram feridas no ataque. Foi um massacre", explicou um porta-voz do Ministério do Interior, que pediu para não ser identificado. Banquer ficou gravemente ferido em uma tentativa de assassinato, no qual morreu um de seus filhos e um guarda-costas. Apesar da fonte do Ministério do Interior assegurar que seu funeral foi realizado, a morte de Banquer não havia sido anunciada de forma oficial. O partido Al-Dawa, um dos mais radicais durante o regime do deposto presidente Saddam Hussein, é liderado pelo atual primeiro-ministro do país, Ibrahim al-Jaafari, e é uma das formações mais influentes na coalizão de Governo entre xiitas e curdos. Além disso, o Al-Dawa integra a Aliança Unida Iraquiana, a coalizão que se perfila como a vencedora da controvertida eleição parlamentar de 15 de dezembro, qualificada de fraudulenta por sunitas e xiitas laicos. Baquba e seus arredores formam uma das principais fortificações rebeldes no denominado "triângulo sunita", coração da insurgência no Iraque. Esta manhã foi especialmente violenta no Iraque, onde outros dois atentados com carro-bomba em Bagdá e na cidade de Karbala mataram cinco pessoas e feriram dezenas. O chefe da Polícia local, Salam al Khatab, informou que pelo menos cinco iraquianos morreram e mais de 15 ficaram feridos na explosão de um carro-bomba no norte da capital. Três dos feridos graves são agentes das Forças de Segurança, disse. Segundo seu relato, o veículo foi detonado por controle remoto à passagem de uma patrulha da Polícia iraquiana pelo bairro de Kadamiya e danificou mais de 20 automóveis. Na cidade de Karbala, um dos centros religiosos mais importantes para a comunidade xiita, pelo menos três pessoas ficaram feridas na explosão de um carro-bomba, o primeiro desde dezembro de 2004 nesta cidade. Por outra parte, o chefe da Polícia de Bagdá informou à EFE que pelo menos um agente morreu nos violentos combates que acontecem entre homens armados e forças de ordem nos bairros de Gazaliya e Al Khadra, em Bagdá. Nos enfrentamentos, está envolvida uma das principais brigadas de elite do Ministério iraquiano do Interior, enviada como reforço. Segundo números oficiais, mais de 5.700 iraquianos morreram em 2005 em atos de violência, cotidianos no país desde que, há mais de dois anos e meio, foi iniciada a invasão e posterior ocupação estrangeira do país, liderada pelos EUA.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.