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Ataque suicida mata nove soldados americanos no Iraque

Atentado foi o mais letal contra forças dos Estados Unidos em quase dois anos. Outros 20 militares e um civil iraquiano também foram feridos

Por Agencia Estado
Atualização:

Um ataque suicida com um caminhão-bomba em um posto militar na província iraquiana de Diyala, ao nordeste de Bagdá, matou nove soldados americanos e feriu outros 20, informaram fontes do Exército dos Estados Unidos no Iraque. Este é o mais violento ataque contra militares americanos no país árabe em mais de um ano. Um civil iraquiano também ficou ferido no ataque, que ocorreu na segunda-feira, 23. Com a aplicação de um novo plano de segurança em Bagdá, que ampliou o número de soldados americanos na capital iraquiana, a província de Diyala tornou-se um palco "alternativo" para os violentos confrontos entre forças americanas e iraquianas e militantes sunitas e xiitas. Em declaração publicada em um site islâmico, um grupo ligado à Al-Qaeda assumiu a responsabilidade pelo atentado. O ataque da segunda-feira ocorreu após uma série de explosões na cidade de Ramadi, que mataram 20 pessoas e deixaram dezenas de feridos. Três carros explodiram perto de um restaurante e de um mercado no distrito de al-Taamim, no oeste da cidade. Os militares mortos eram todos pára-quedistas da 82ª Divisão de Aerotransporte, e trabalhavam em um posto de controle quando o caminhão-bomba explodiu. As baixas são as mais significativas para a divisão desde o começo da guerra, informou o major Tom Earnhardt, porta-voz da tropa. Dos 20 feridos, 15 foram medicados e voltaram a ativa após o incidente. Os cinco restantes e um civil iraquiano continuam internados. "Nós estamos nos recuperando, apoiando as famílias neste momento de perda, rezando por eles e continuando nossa missão", disse o porta-voz militar dos Estados Unidos no norte do Iraque, tenente coronel Michael Donnelly. "Os inimigos não oferecem nada para beneficiar a população. Nada." Comunicado Nesta terça-feira, 24, o Estado Islâmico do Iraque - um grupo de terroristas sunitas que incluí a organização Al-Qaeda no Iraque - assumiu a responsabilidade pelo ataque. Segundo o grupo, 30 soldados americanos morreram no atentado. "Deus todo poderoso guiou os soldados do Estado Islâmico do Iraque a adquirir novos métodos de explosivos", diz a declaração. A autenticidade da mensagem não pôde ser confirmada. Caso o número de mortos anunciado pelo Exército americano seja verdadeiro, este será o ataque mais mortífero contra forças dos Estados Unidos no Iraque desde 1º de dezembro de 2005, quando uma bomba de beira de estrada matou 10 marines e feriu 11 na cidade de Falluja. Além disso, 12 soldados morreram na queda de um helicóptero em Diyala em janeiro. Segundo os militares, é possível que o incidente tenha sido causado por um ataque de insurgentes, mas as investigações continuam em andamento. Perigo iminente Os soldados americanos enfrentam um perigo crescente desde que passaram a cooperar com forças iraquianas no policiamento das ruas de Bagdá e áreas adjacentes. A estratégia é parte um novo plano de segurança proposto pelo presidente George W. Bush. Acredita-se que militantes sunitas abandonaram a capital para se esconder em áreas próximas, como Diyala, onde a situação de segurança permanece a mesma. Em entrevistas telefônicas, moradores da área em que o ataque foi perpetrado descreveram o que acreditam ter sido o atentado que matou nove soldados americanos. Segundo eles, o alvo era um posto militar americano instalado dentro de uma antiga escola primária da cidade. No relato, os moradores contaram que o ataque começou na madrugada de domingo, quando atiradores abriram fogo contra os soldados americanos. Em seguida, um carro-bomba foi lançado contra o posto de controle na frente da escola. A explosão, ainda segundo as testemunhas, abriu caminho para um segundo veículo, dessa vez um caminhão-bomba. A explosão praticamente destruiu o prédio. Após o incidente, o Exército americano impôs um toque de recolher que terá validade de dois dias. Texto atualizado às 13h15

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