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Ataque terrorista na Índia deixa pelo menos 12 mortos

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos cinco homens armados invadiram o Parlamento da Índia, matando sete pessoas com granadas, fuzis AK-47 e uma bomba, antes de se matarem num ataque sem precedentes contra a sede da democracia mais populosa do mundo. Ninguém assumiu imediatamente responsabilidade pela ação, mas o ministro do Interior Kal L. Advani culpou os "terroristas e seus patrocinadores". Advani havia dito na semana passada que um homem de Bombaim tinha sido preso em 2 de outubro e contado à polícia que havia sido treinado na rede terrorista Al-Qaeda, responsabilizada pelos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos. O homem acrescentou que a rede terrorista planejava atacar a Grã-Bretanha, a Austrália e o Parlamento indiano. No dramático assalto de hoje, um carro entrou em alta velocidade por um portão e um militante saltou, detonando explosivos que carregava, enquanto os outros abriram fogo contra a polícia e guardas de segurança, segundo a televisão estatal Doordarshan. "Foi um ataque não apenas contra a casa do Parlamento, mas um aviso para todo o país. Aceitamos o desafio. Vamos abortar todas as tentativas dos terroristas", garantiu o primeiro-ministro Atal Bihari Vajpayee num pronunciamento ao vivo pela televisão. Autoridades parlamentares disseram que quatro policiais, um paramilitar desarmado, uma segurança e um jardineiro foram mortos no ataque. Advani afirmou que cinco terroristas foram mortos e um outro atacante pode ter participado da ação. "A situação não está clara", disse. Mais cedo, o ministro dos Assuntos Parlamentares da Índia, Pramod Mahajan, havia dito que seis terroristas tinham sido mortos na batalha que durou 90 minutos. O assalto foi considerado a maior falha da segurança governamental desde o assassinato da primeira-ministra Indira Gandhi, em 1984. A polícia encontrou explosivos no carro dos militantes e nas mochilas que os jovens atacantes tinham às costas quando subiram correndo as escadarias do prédio parlamentar, disparando seus fuzis. Advani informou que 18 pessoas ficaram feridas e seis estavam em condições críticas. Depois de três horas, quando haviam sido retirados os integrantes do Parlamento, a polícia encontrou e detonou uma bomba remanescente. Várias granadas também foram achadas. Os militantes entraram por um portão do complexo do Parlamento num carro branco, de fabricação indiana, usado por autoridades governamentais, disse Doordarsha. A sirene do carro estava ligada e adesivos oficiais do Parlamento e do Ministério do Interior estavam fixados no pára-brisas. A Embaixada dos Estados Unidos condenou o "ultrajante ato de terrorismo". O secretário do Exterior da antiga potência colonial, o Reino Unido, Jack Straw, disse que o "brutal ataque terrorista" foi um assalto "ao coração da democracia da Índia". No momento do ataque, o Parlamento havia acabado de suspender seus trabalhos e a maioria dos legisladores e ministros ainda estava no prédio. Nenhum foi ferido. A agência de notícias Press Trust of India divulgou que Vajpayee estava saindo do local quando o ataque começou. Advani disse que o ataque de hoje foi semelhante ao que ocorreu na assembléia estadual de Srinagar, a capital de verão do Estado nortista de Jammu-Caxemira, onde militantes islâmicos lutam há 12 anos pela independência para unir a região ao Paquistão. Quarenta morreram no ataque em 1º de outubro. O porta-voz do Ministério do Exterior do Paquistão, Aziz Ahmed Khan, disse que Islamabad ficou chocada com o ataque de hoje e o condenava fortemente.

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