Ataques aéreos israelenses deixam 19 mortos no Líbano

Os mísseis assustaram os participantes de um funeral em homenagem às vítimas dos ataques de segunda-feira

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Os participantes de uma procissão funerária em homenagem às vítimas dos ataques aéreos israelenses da segunda-feira, que deixaram mais de 77 mortos, foram surpreendidos nesta terça-feira quando aviões de caça de Israel voltaram a lançar mísseis que atingiram prédios e mataram pelo menos 13 pessoas, segundo testemunhas e autoridades. Mais seis pessoas morreram vítimas de bombardeios israelenses em outras regiões do país, elevando para 19 o total de libaneses mortos nesta terça-feira. Os aviões atingiram prédios em Ghaziyeh, um vilarejo xiita no sul do Líbano, matando 13 pessoas poucos minutos após a passagem de uma procissão funerária de 1.500 pessoas, segundo fontes de um hospital. Outras 18 pessoas ficaram feridas. Os manifestantes estavam sepultando as cerca de 15 pessoas mortas em Ghaziyeh nos ataques de segunda-feira quando os bombardeios israelenses atingiram três prédios da cidade xiita, a sudeste de Sidon. Testemunhas afirmaram que uma das casas destruídas pertencia ao Sheik Mustafa Khalifeh, clérigo ligado ao Hezbollah, mas não ficou claro se ele estava entre os mortos e feridos. A maioria dos militantes do Hezbollah deixou suas casas e escritórios depois que a ofensiva começou, há quase um mês. Ghaziyeh foi alvo dos ataques diversas vezes, mas os ocorridos nos dois últimos dias foram os piores, matando pelo menos 28 pessoas. A cidade estava cheia de pessoas desabrigadas, o que aumentou sua população para 23 mil. Mais cedo, equipes de resgate disseram ter encontrado um outro corpo depois de uma ataque aéreo em Rzoum, a nordeste de Tiro. Outros cinco libaneses foram mortos também nesta terça-feira depois que aviões israelenses atingiram três caminhões tanque e duas caminhonetes próximo à fronteira norte do país com a Síria. Nas montanhas do sul do Líbano, as batalhas terrestres continuaram, em esforços para controlar vilas e territórios próximos à fronteira entre o Líbano e Israel. As operações incluíram lugares utilizados para o lançamento de foguetes pelo Hezbollah. Paralelamente, equipes de resgate retiraram mais 28 corpos que estavam sob os destroços dos ataques do dia anterior, elevando o número de libaneses mortos nos ataques de segunda para 77, o maior desde o começo da guerra Ataques do Hezbollah Embora uma proposta para um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah esteja próxima de ser alcançada pelo Conselho de Segurança da ONU, as hostilidades entre os dois lados do conflito continuaram intensas nesta terça-feira. Além da ofensiva israelense, pelo menos 160 foguetes da guerrilha libanesa, de acordo com o Exército israelense, atingiram o norte de Israel durante a madrugada, a maioria deles dentro e em volta das cidades de Nahariya, Kiryat Shemona, Maalot e Safed. Nenhum civil israelense morreu nesta terça. A artilharia e ataques aéreos israelenses bombardearam um trecho amplo do sul do Líbano, da costa do Mediterrâneo aos vales do interior, incluindo várias áreas da região que serve de base ao Hezbollah, agora sob um toque de recolher imposto por Israel numa tentativa de sufocar as rotas de transporte de armas. Algumas das mais ferozes lutas aconteceram em torno da vila de Bint Jbail, fortaleza do Hezbollah que os israelenses tentam tomar há semanas. Três soldado israelenses e 35 guerrilheiros do Hezbollah morreram, segundo o Exército Israelense. O Hezbollah não confirmou nenhuma das mortes. A rede de TV do Hezbollah também reportou ataques contra forças israelenses antes do nascer do sol, próximo à cidade mediterrânea de Naqoura, a cerca de 4 quilômetros a norte da fronteira. Segundo o Exército israelense, dois reservistas morreram na região. Estradas Também nesta terça, Israel fechou uma estrada no sul do Líbano, proibindo a passagem de carros abaixo do Rio Litani, e ameaçou bombardear qualquer veículo em movimento. Quem não respeitar o bloqueio, anunciou Israel, será considerado alvo guerrilheiro. Apenas pedestres se aventuraram nas ruas de Tiro e as estradas estavam desertas na região. As viagens no sul do Líbano foram seriamente limitadas desde o começo do conflito pois as estradas foram cortadas por ataques aéreos israelenses. Muitos civis morreram nas estradas tentando escapar do conflito e as equipes de resgate também estavam em risco. Os últimos acontecimentos elevaram o número de civis mortos no Líbano para pelo menos 684, enquanto o índice entre os israelense (incluído baixas civis e militares) ficou em 100. Matéria alterada às 19h20 para acréscimo de informações

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.