30 de setembro de 2013 | 09h21
(Atualizada às 16h50) BAGDÁ - Carros-bomba explodiram nesta segunda-feira, 30, em diversos bairros habitados predominantemente por muçulmanos xiitas em Bagdá, matando pelo menos 54 pessoas e ferindo dezenas, disseram fontes médicas e da polícia.
O ataque mais violento aconteceu em Sadr City, onde um homem estacionou um carro branco cheio de explosivos próximo a um local onde operários se reuniam. O veículo detonou logo depois, matando pelo menos sete pessoas, incluindo dois soldados.
"O motorista disse que tiraria logo, mas o carro explodiu alguns minutos depois", disse Abu Mohammed, um dos operários no local. Filmagens da cena mostram os destroços do carro dividido em dois e cercado por táxis danificados e pedaços de metal derretidos pelo calor da explosão.
Ao todo, 14 carros-bomba explodiram na capital iraquiana em ataques aparentemente coordenados. Outros bairros atacados foram os xiitas Nova Bagdá, Habibiya, Sabaa al-Bour, Kazimiyah, Shaab, Ur, Shula, e os sunitas Jamiaa e Ghazaliyah. Os atentados ocorreram em mercados ao ar livre ou estacionamentos.
Não ficou claro quem foram os responsáveis, mas extremistas muçulmanos sunitas que enxergam os xiitas como hereges têm intensificado a insurgência neste ano. O Ministério de Relações Exteriores do país culpou rebeldes ligados à Al-Qaeda pelos atentados e disse que os insurgentes estão explorando disputas políticas e deficiências de segurança para realizar os ataques.
O delicado equilíbrio sectário no Iraque tem sido abalado pela guerra civil na vizinha Síria, onde rebeldes sobretudo sunitas lutam para derrubar um líder apoiado pelo Irã xiita. Ambos sunitas e xiitas têm entrado na Síria a partir do Iraque para lutar em lados opostos do conflito.
As ramificações da Al-Qaeda no Iraque e na Síria se uniram este ano para formar o Estado Islâmico do Iraque e o Levante, que tem assumido a responsabilidade por ataques nos dois lados da fronteira.
No domingo, um homem-bomba explodiu em um funeral xiita numa mesquita da cidade de Mussayab, 60 quilômetros ao sul de Bagdá, matando pelo menos 40 pessoas.
Mais de 6 mil pessoas foram mortas este ano pela violência, de acordo com o grupo de monitoramento Iraque Body Count./ REUTERS e AP
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