
14 de agosto de 2011 | 10h19
Navios de geurra sírios atacaram áreas pobres da cidade portuária de Latakia neste domingo, 14, matando pelo menos 19 pessoas, em um novo ataque à costa do Mediterrâneo, informaram ativistas. À medida que os navios armados atacavam as regiões costeiras da cidade, tropas avançaram por terra, protegidas por tanques, que invadiram vários bairros. Fortes explosões podiam ser ouvidas por toda a cidade.
"Nós estamos sendo atacados por terra e pelo mar", disse um residente do distrito de al-Ramel, onde está localizado um campo de refugiados palestino. Segundo testemunhas, a artilharia é intensa, muitas casas foram destruídas e ladrões invadiram lojas e escritórios.
Pelo menos três navios estariam participando do ataque, com os soldados sírios invadindo as casas. Mais de cem pessoas teriam sido presas. A intensa operação em Latakia, conhecido ponto turístico de verão, é parte da ofensiva do governo em várias cidades sírias, para eliminar os manifestantes que pedem a queda do presidente Bashar Assad.
Hospital
Um médico em Hama, no oeste da Síria, disse à BBC que as recentes operações do Exército na cidade tiveram um duro efeito nos serviços médicos.
O médico, que não quis se identificar por razões de segurança, disse que parte da população se recusa a ir a um dos principais hospitais porque as tropas leais ao presidente Bashar al-Assad entraram no local e chegaram a ferir médicos e enfermeiras e matar alguns dos pacientes.
Também segundo o médico, dois hospitais em Hama foram destruídos durante uma semana de ofensiva do Exército sírio na cidade; outros centros médicos ficaram bastante danificados.
“Um hospital privado teve parte de seus equipamentos destruído por mísseis. As forças de segurança invadiram o hospital, dizendo procurar por armas. Muitos da equipe médica ficaram feridos. Dois hospitais fecharam por conta da destruição”, declarou o médico, agregando que faltam medicamentos e sangue para transfusões.
Na última segunda-feira, a TV estatal da Síria informara que, após dias de ofensiva, o Exército começava a se retirar de Hama por ter “completado sua missão na cidade”. A cidade esteve sitiada pelas tropas de Assad, em um cerco que pode ter deixado mais de cem pessoas mortas, de acordo com entidades de defesa dos direitos humanos.
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