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Ataques contra Iraque tiveram resultados medíocres

Por Agencia Estado
Atualização:

Os resultados dos ataques da semana passada contra instalações da defesa aérea iraquiana foram no mínimo medíocres - um alto oficial do Pentágono afirmou hoje que menos da metade dos radares tomados como alvo foram danificados. Avaliações anteriores indicaram que um novo míssil teleguiado por satélite disparado pela Marinha foi o responsável pelo fracasso. "Temos detectado danos em 38 a 40 por cento dos radares, e ainda estamos recebendo algumas informações", disse o oficial, discutindo a avaliação preliminar de danos do Pentágono, que pediu para não ser identificado. Os mísseis que erraram o alvo o fizeram por uma margem de 30 a 45 metros, afirmou. Hoje no norte do Iraque, forças iraquianas dispararam artilharia antiaérea contra aviões anglo-americanos, que responderam ao fogo, segundo o Comando Europeu dos EUA, responsável pelas operações aéreas americanas no norte iraquiano. Todos os aviões envolvidos no incidente retornaram em segurança à base, acrescentou. Não houve informações sobre danos ou vítimas entre os iraquianos. O incidente de hoje na zona de exclusão aérea no norte do Iraque foi o primeiro do tipo desde os bombardeios de 12 de fevereiro, segundo o Comando Europeu. Os ataques anglo-americanos da sexta-feira passada foram relacionados à imposição de uma outra zona de exclusão aérea no sul do Iraque. Quatro das cinco instalações atacadas ficam nos arredores de Bagdá, entre as duas zonas de exclusão. O Iraque anunciou hoje que subiu para três o número de mortos nos ataques todos civis. Vinte e cinco pessoas teriam ficado feridas. O Pentágono ainda tem de descobrir o motivo do medíocre índice de acerto, mas oficiais disseram hoje que pode haver ligação com um novo software de computador usado no sistema de direção do míssil. A arma usada contra os radares iraquianos foi o AGM-154, disparado por caças-bombardeiros F/A-18 da Marinha que levantaram vôo do porta-aviões USS Harry S. Truman no golfo Pérsico. Outras armas, incluindo mísseis AGM-130, foram usados contra comandos e instalações de controle iraquianos, que são considerados os alvos mais importantes porque eles ligam elementos da rede de defesa aérea do Iraque. Os militares não estão divulgando detalhada avaliação da efetividade dos ataques porque isso poderia ajudar o Iraque a se preparar para qualquer novo assalto. O Pentágono alegou que atacou a periferia de Bagdá porque ali estavam sendo implantados sistemas de defesa aérea com a finalidade de derrubar os aparelhos dos EUA e da Grã-Bretanha. Altos funcionários do governo americano disseram que o bombardeio havia sido programado para um horário em que não houvesse mais no local trabalhadores chineses, civis e militares que estariam ajudando a instalar cabos de fibra óptica nos sistemas de defesa aérea. Na quarta-feira, o secretário de Estado Colin Powell criticou o trabalho dos chineses, que para oficiais americanos viola resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Powell levantou a questão com o novo embaixador da China, Yang Jiechi, depois que ele apresentou suas credenciais. A China e o Iraque têm negado que trabalhadores chineses estariam participando do aprimoramento das defesas aéreas iraquianas.

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