Ataques de Israel nesta terça deixam 17 mortos no Líbano

O governo iraniano, simpatizante do Hezbollah, disse que um cessar-fogo em troca dos prisioneiros seria aceitável e justo.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Caças israelenses atacaram uma base do exército libanês nos arredores de Beirute, em novos bombardeios nesta terça. A ação deixou pelo menos 17 mortos. Ao mesmo tempo, o grupo xiita Hezbollah disparou mais mísseis contra o norte de Israel, matando um israelense. A troca de ofensivas deixa as conversações diplomáticas para o fim do conflito nebulosas. O total de mortos dos conflitos dos últimos sete dias subiu para, pelo menos, 227 libaneses e 25 israelenses. O premier de israelense, Ehud Olmert, disse a uma delegação da ONU que visitava o país que "Israel continuará combatendo o Hezbollah e continuará a bombardear alvos do grupo" até que os soldados capturados sejam libertados e a segurança da população israelense retorne à normalidade. O líder do exército israelense no norte, o major-general Udi Adam, disse que é provável que a campanha contra o Hezbollah "continue por mais algumas semanas". Terça-feira No mais fatal ataque israelense desta terça-feira, 11 soldados de uma unidade de engenharia do exército libanês foram mortos e 35 ficaram feridos quando sua base, em Kfar Chima, sul de Beirute, sofreu um impacto direto do bombardeio israelense no final da tarde, informou o exército libanês. A base fica em uma área montanhosa, adjacente às fortificações do Hezbollah no sul de Beirute, que tem sido alvo constante dos caças israelenses nos últimos dias. O ministro da Defesa do Líbano, Elias Murr, qualificou o ataque como um "massacre", dizendo que o objetivo do regimento atingido era apenas ajudar a reconstruir prédios de infra-estrutura danificados. Ele também admitiu que a força militar de Israel é muito superior à libanesa. "Esta é uma batalha desigual que tem sido governada pelo ar", afirmou o ministro. Segundo testemunhas, pelo menos outras cinco pessoas foram mortas durante um ataque ao vilarejo de Aitaroun, próximo à fronteira de Israel. Já o Hezbollah informou que na realidade nove foram mortos, todos da mesma família. O canal de televisão da milícia mostrou corpos enrolados em lençóis sendo retirados do local do ataque, incluindo uma criança. Caças israelenses também atacaram quatro caminhões - em uma aparente nova tática de destruir veículos que são suspeitos de carregarem mísseis do Hezbollah. Um jordaniano foi morto durante o ataque. Ataques também atingiram as regiões muçulmanas xiitas, territórios principais do Hezbollah e seus simpatizantes - no sul do Líbano, na cidade de Baalbek e nos arredores ao sul de Beirute. Na cidade costeira de Tiro, mísseis atingiram uma área a 50 metros de um hospital, que não foi danificado. Hezbollah O grupo militante disparou mísseis que destruíram um sobrado de três andares no norte de Israel, deixando uma vítima fatal e ferindo outros. O ataque ocorreu na cidade de Nahariya, informaram autoridades israelenses. Mísseis também atingiram Haifa, a terceira maior cidade de Israel, pelo terceiro dia seguido, destruindo áreas próximas ao porto e às linhas de trem. Não foi reportada nenhuma morte. Na mesma cidade, oito pessoas foram mortas no domingo. Acordo O ministro israelense do Gabinete Presidencial Avi Dichter informou, nesta terça, que Israel pode considerar uma troca de prisioneiros com o Líbano para conseguir liberar os dois soldados capturados pelo Hezbollah. Contudo, isso acontecerá somente após a operação militar ter acabado. O governo iraniano, simpatizante do Hezbollah, disse que um cessar-fogo em troca dos prisioneiros seria aceitável e justo.

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