20 de abril de 2011 | 19h41
Hetherington dirigiu documentário 'Restrepo', indicado ao Oscar.
BENGHAZI - O fotógrafo e cineasta britânico Tim Hetherington e seu colega americano Chris Hondros morreram nesta quarta-feira, 20, em Misrata, cidade controlada pelos rebeldes na Líbia, ao serem atingidos por um explosivo lançado pelas forças do ditador Muamar Kadafi.
Veja também:
Linha do Tempo: 40 anos da ditadura na Líbia
Arquivo: Kadafi nas páginas do Estado
Infográfico: A revolta que abalou o Oriente Médio
Especial: Os quatro atos da crise na Líbia
Charge: O pensamento vivo de Kadafi
Outros dois jornalistas ficaram feridos no ataque - o britânico Guy Martin, fotógrafo da Panos, que passou por uma cirurgia, e o americano Michael Christopher Brown, que está fora de perigo. Segundo um colega dos fotógrafos, Andre Liohn, o estado de saúde de Martin melhorou após a operação, embora não tenha ficado claro se ele corre riscos de vida.
Os jornalistas estavam reunidos em uma das principais ruas de Misrata, cidade que tem sofrido frequentes bombardeios das forças de Kadafi. Eles chegaram à cidade vindos de uma navio que partiu de Benghazi, a capital rebelde, e faziam as fotos no front de batalha. Relatos iniciais dão conta de que eles teriam sido atingidos por uma granada lançada pelas tropas do presidente líbio.
Hetherington dirigiu, ao lado do cineasta Sebastian Junger, o documentário "Restrepo", que mostra a ação de um pelotão de militares americanos no Afeganistão. O filme chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Documentário para a premiação de 2011. A última mensagem deixada por Hetherington em sua conta no Twitter falava exatamente sobre o cerco em Misrata. Em 19 de abril, ele publicou "Na cidade líbia cercada de Misrata. Disparos indiscriminados das forças de Kadafi. Nenhum sinal da Otan".
Já Hondros, de 41 anos, cobria conflitos desde o fim dos anos 1990 e fotografou as guerras em Kosovo, Iraque e Afeganistão. Suas fotos foram publicadas nos principais jornais e revistas de todo o mundo. Foi indicado ao prêmio Pulitzer em 2004 e já recebeu uma Medalha Robert Capa, uma das mais importantes condecorações do jornalismo de guerra.
Hondros durante uma de suas viagens ao Afeganistão.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.