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Ataques em Bagdá deixam 18 mortos após acordo de paz

Nova onda de violência coincide com o fim de conferência para a reconciliação no Iraque da qual participaram mais de 500 líderes de etnias de todo o país

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos 18 pessoas morreram neste domingo no Iraque e 63 ficaram feridas em diferentes ataques perpetrados sobretudo em Bagdá, enquanto mais de 500 líderes de diferentes grupos étnicos iraquianos se comprometeram a reforçar um processo de reconciliação nacional. Segundo a Polícia, no mais violento dos atentados morreram nove pessoas e 20 ficaram feridas na explosão de uma bomba em uma região central de Bagdá. A bomba, aparentemente escondida em um veículo que estava estacionado, explodiu quando passava uma patrulha policial nas imediações do hotel Meridien na rua Sadun, uma das mais movimentadas do centro da capital. Quatro policiais de uma unidade responsável pela segurança em estradas morreram em uma emboscada no oeste da cidade de Kirkuk, 250 quilômetros ao norte de Bagdá. Segundo a Polícia, o veículo no qual viajavam os quatro agentes foi parado por homens desconhecidos na estrada que une Kirkuk a Tikrit. Mais tarde, esses homens assassinaram os agentes. Ainda segundo a Polícia, duas pessoas morreram e 20 ficaram feridas também em Bagdá devido à explosão de um carro-bomba que se encontrava no estacionamento da sede do jornal "Al-Sabah", pertencente a um grupo de mídia controlado pelo Governo iraquiano. Em Kirkuk, pelo menos uma pessoa morreu e outras 20 ficaram feridas em três atentados perpetrados contra sedes da União Patriótica do Curdistão (UPK), partido do presidente iraquiano, Jalal Talabani. Segundo a Polícia, dois dos atentados foram cometidos por suicidas em um carro-bomba e o terceiro foi realizado com um veículo estacionado carregado de explosivos. As dependências da UPK foram, em diferentes ocasiões, alvo de atentados terroristas. A Associação de Ulemás Muçulmanos (AUM), principal grupo religioso sunita, garantiu em comunicado divulgado neste domingo que três irmãos de um importante clérigo foram assassinados por seus seqüestradores após terem ficado em cativeiro por dois dias. Segundo a nota, os corpos dos três irmãos do xeque Abdelsatar Abdelyabar, membro da AUM, foram descobertos neste domingo, dois dias depois de terem sido seqüestrados por desconhecidos. Além disso, um grupo insurgente iraquiano chamado Brigadas da Justiça disponibilizou neste domingo na internet um vídeo no qual se vê um homem que - dizem - é um trabalhador turco seqüestrado, informou a rede de TV "Al Jazira". Segundo a fonte, os terroristas exigem no vídeo, em troca de sua libertação, que a companhia para a qual ele trabalha deixe de colaborar com as tropas de ocupação americanas. Esta nova onda de violência coincide com o fim de uma conferência para a reconciliação no Iraque da qual participaram mais de 500 líderes de etnias de todo o país, que se comprometeram em conseguir "a paz, a amizade e a irmandade entre todos os iraquianos". O evento foi aberto ontem em Bagdá pelo primeiro-ministro iraquiano, o xiita Nouri al-Maliki, que pediu que os líderes tentassem chegar a um acordo sobre uma estratégia em favor da tolerância e contra a violência e o terrorismo.

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