Ataques já mataram 61 no Líbano, diz TV

A aviação israelense continua bombardeando o sul do Líbano, onde a região de Tiro está entre as mais atingidas

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Por Agencia Estado
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Pelo menos 61 pessoas morreram no Líbano nos ataques realizados por Israel desde quarta-feira passada, quando o grupo xiita matou oito soldados do Estado judeu e seqüestrou outros dois na fronteira entre os dois países, disse uma rede de TV libanesa. Fontes policiais citadas pela rede "Future" disseram que o número inclui quatro pessoas que morreram na manhã desta sexta-feira em novos ataques contra diferentes áreas do país, inclusive os subúrbios da zona sul da capital, Beirute. A aviação israelense sobrevoa intensamente desde a madrugada de hoje a capital libanesa e a estrada Beirute-Damasco, e continua bombardeando o sul do Líbano, onde a região de Tiro está entre as mais atingidas. Na manhã desta sexta-feira, Israel bombardeou a pista oeste do aeroporto Internacional de Beirute, de onde foram retirados os aviões de passageiros libaneses. As aeronaves foram enviadas ao Chipre e à Jordânia para não serem destruídas. Líbano pede aos EUA pressões sobre Israel O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, pediu, nesta sexta-feira, à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que os Estados Unidos pressionem Israel para que suspenda seus ataques contra o Líbano, informou um comunicado do governo. Siniora fez o pedido numa conversa por telefone com Condoleezza. Ele falou das "agressões israelenses", e pediu "que os EUA atuem para conseguir um cessar-fogo". O chefe de Governo libanês também se reuniu esta amanhã, pela segunda vez em 24 horas, com os embaixadores em Beirute dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Vaticano condena ataques e retaliação O Vaticano condenou hoje tanto os ataques do Hezbollah quanto a retaliação israelense no Líbano. O cardeal secretário de Estado, Angelo Sodano, afirmou que a Santa Sé critica "tanto os ataques terroristas de um quanto as represálias militares dos outros". De acordo com Sodano, "o direito à defesa de parte de um Estado não o exime do respeito às regras do direito internacional". O porta-voz expressou ainda temor de que a situação no Oriente Médio "degenere-se em um conflito de repercussões mundiais". ONU pede libertação de soldados israelenses A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Louise Arbour, pediu hoje que os responsáveis pelo seqüestro de soldados israelenses os libertem imediatamente, uma medida que, segundo considera, contribuiria para resolver a atual a crise no Oriente Médio. Em comunicado, a principal responsável de direitos humanos da ONU também condenou todas as ações militares "dirigidas contra civis ou que indevidamente os põem em perigo devido a seu caráter indiscriminado ou desproporcional". Louise disse que "enquanto Israel tem legítimas preocupações de segurança, o direito humanitário internacional requer que as partes em conflito abstenham-se de atacar diretamente alvos civis". Em relação à situação específica nos territórios ocupados, disse que tanto palestinos quanto israelenses "têm a obrigação de mostrar precaução e de respeitar o princípio de proporcionalidade em todas suas operações militares, assim como de evitar o sofrimento desnecessário da população civil". A alta comissária afirmou que o movimento xiita libanês Hezbollah também violou a proibição de atacar civis. Cruz Vermelha expressa preocupação De sua parte, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) expressou sua "extrema preocupação" com a situação dos civis vítimas da escalada de violência no Oriente Médio, e lembrou a proibição de atacar tanto as populações como as instalações civis. Nas atuais circunstâncias, a instituição humanitária pediu que seja facilitado o acesso dos feridos aos hospitais e centros de atendimento sanitário. Além disso, lembrou a Israel e a seu pessoal que as instalações e veículos que exibem o emblema da cruz vermelha são protegidos pelas leis humanitárias internacionais e, por isso, "devem ser tratados com respeito o tempo todo". A Cruz Vermelha lamentou que alguns de seus colaboradores tenham sido feridos quando cumpriam sua missão no sul do Líbano e pediu ao Hezbollah que trate humanamente os dois soldados israelenses que seqüestrou, e afirmou que ter acesso a eles é uma de suas prioridades neste momento.

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