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Ataques matam outro ativista e atingem TV em Gaza; diplomacia se mobiliza

Por Roberto Simon , ASHKELON e ISRAEL
Atualização:

Já passa de cem o número de mortos na operação lançada por Israel contra o Hamas e grupos radicais palestinos na Faixa de Gaza, ofensiva que hoje completa uma semana. Enquanto violentos bombardeios continuavam a atingir o território palestino e foguetes eram lançados contra Israel, negociadores afirmavam, no Cairo, estar "muito próximos" de acertar um cessar-fogo, segundo o jornal Haaretz. Um dos líderes da facção Jihad Islâmica - Ramez Harb, que seria o responsável pelos mísseis de longo alcance de fabricação iraniana que foram disparados contra Tel-Aviv e Jerusalém - foi morto ontem e a aviação israelense voltou a atingir prédios que abrigam escritórios da mídia. Segundo moradores de Gaza, pela manhã a situação era mais tranquila do que nos dias anteriores e vários tentaram aproveitar a calma relativa para comprar mantimentos, temendo um ataque por terra a qualquer momento. Mas os disparos por ar e mar voltaram a se intensificar no período da tarde (ver mapa na pág. A12). Fontes médicas do território afirmam que 24 crianças e 10 mulheres palestinas estão entre os mortos nos seis dias de conflito, que deixou ainda centenas de civis feridos. Quatro membros de uma família - duas crianças gêmeas e seus pais - foram mortos ontem.O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chegou ontem ao Egito para intensificar a pressão por um cessar-fogo e hoje segue para Israel e Cisjordânia. O premiê egípcio, Hisham Kandil, disse a repórteres que há "sinais positivos" nas negociações entre israelenses e palestinos. Uma fonte do governo do Egito citada anonimamente pelo Haaretz, foi mais enfática: "Estamos muito perto de uma trégua. O que é preciso é de mais flexibilidade do lado de Israel. Amanhã (hoje) será um dia decisivo". Em entrevista ao Estado, o ministro da Informação de Israel, Yuli Edelstein, afirmou que as armas silenciarão apenas quando Israel tiver garantias de que o sul do país estará livre das ameaças de foguetes "não por dias ou meses, mas por anos" (mais informações nesta pág.).O líder máximo do Hamas, Khaled Meshal, afirmou no Egito que o governo de Binyamin Netanyahu pediu um cessar-fogo. Segundo Meshal, cabe a ele acabar com uma guerra "que Israel começou". Israel rapidamente desmentiu ter pedido qualquer trégua nos combates. Mas Meshal manteve-se desafiante e disse que, em caso de incursão terrestre em Gaza, os israelenses serão "enterrados" no território. De olho no público interno, Hamas e Israel apresentam exigências para um cessar-fogo que dificilmente serão alcançadas. O grupo palestino coloca como precondição para o diálogo o fim do bloqueio israelense a Gaza e dos assassinatos de seus líderes. Netanyahu, que enfrentará eleições em janeiro, quer o fim de todos os disparos de foguetes por todos os grupos em Gaza, além de uma ação internacional para impedir que o Hamas se rearme.O presidente dos EUA, Barack Obama, conversou ontem por telefone com Netanyahu e com seu colega egípcio, Mohamed Morsi. Nas duas ocasiões, Obama discutiu formas de "baixar a tensão", segundo a Casa Branca.

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