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Atentado atribuído à ETA mata 2 em Mallorca

Bomba debaixo de carro da Guarda Civil explode menos de 36 horas após outro ataque no norte da Espanha ter deixado pelo menos 60 feridos

Por AP , AFP , Efe , Reuters e MADRI
Atualização:

A explosão de uma bomba colocada debaixo de um carro de polícia matou ontem dois agentes da Guarda Civil no município espanhol de Calviá, em Palma de Mallorca. As autoridades não divulgaram o número de feridos e nenhuma chamada telefônica foi feita assumindo a autoria do ataque. Mas o governo acredita que a organização separatista basca ETA tenha sido a responsável pela ação. O atentado - realizado a apenas oito quilômetros do Palácio Marivent, onde a família real passa as férias de verão - é o segundo em dois dias atribuído ao grupo, que completa hoje 50 anos de existência. Os agentes mortos não estavam uniformizados e tinham 27 e 28 anos. Horas depois da explosão, a polícia desativou uma segunda bomba em outro veículo da Guarda Civil estacionado a poucos metros do local do primeiro atentado. O governo local qualificou a ETA de "um bando de assassinos loucos". "Eles estão ficando cada vez mais desesperados e perigosos", afirmou Ramón Socias, representante do governo. Durante algumas horas o Ministério do Interior ordenou o fechamento do aeroporto de Palma de Mallorca, o terceiro maior da Espanha por tráfego de passageiros, e proibiu as saídas pelo mar da ilha. Mallorca, com suas praias paradisíacas e temperatura amena, é um dos principais destinos turísticos da Europa. O objetivo era impedir a fuga dos supostos autores do ataque. Segundo um funcionário do ministério, a polícia acredita que o atentado foi realizado por uma célula da ETA de fora da ilha que teria sido deslocada ao local especialmente para coordenar as explosões. A Guarda Civil, assim como a polícia e os militares, é um dos alvos prioritários da organização separatista basca. Estima-se que, desde sua fundação em 1959, a ETA já tenha lançado mais de 80 ataques contra agentes militares. O primeiro-ministro espanhol, José Luiz Rodríguez Zapatero, e o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, viajaram para a Mallorca para acompanhar as investigações. Em visita ao Brasil, o chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, disse que a comunidade internacional está "unida" na luta contra o terrorismo. "Os terroristas que provocaram o atentado não terão nenhuma oportunidade de evitar a Justiça", disse o chanceler ao lado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O atentado de ontem ocorreu menos de 36 horas depois de uma caminhonete-bomba ter explodido perto de um quartel da Guarda Civil na cidade de Burgos, no norte da Espanha. O prédio estava ocupado por pelo menos 120 pessoas, entre elas 41 crianças, na hora da explosão. Pelo menos 60 pessoas ficaram feridas no atentado. DEMONSTRAÇÃO DE PODER Grupos de segurança acreditam que a ETA - enfraquecida pela prisão de vários de seus principais comandantes - está tentando fazer uma demonstração de força para provar que ainda tem habilidade de atentar contra o Estado espanhol. A ETA, que luta pela criação de um país independente na região do País Basco e sul da França, é considerada uma organização terrorista pelos EUA e pela União Europeia. Ao longo de quatro décadas, as ações do grupo deixaram mais de 850 mortos.

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