Atentado contra a ONU em Bagdá foi o pior da história

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Por Agencia Estado
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Nesta terça-feira, muitos membros da ONU lamentavam a morte dos colegas mas também a perda de um dos mais preciosos bens: a imunidade em locais perigosos no mundo árabe. "A ONU foi mandada lá para recolher os pedaços da invasão", dizia Maggda Moyano, norte-americana que trabalha na ONU. "Eles (os EUA e a Inglaterra) quiseram ir sozinhos e agora nós estamos pagando o preço". Oficiais das Nações Unidas diziam não se lembrar de um ataque mais devastador contra a organização, muito embora os pacificadores, ou os membros enviados pela ONU nas missões de paz estivessem em situações perigosas desde que a instituição foi criada. No começo da ONU, logo após o fim da Segunda Guerra, um alto comissário da ONU enviado à Palestina para negociar entre judeus e árabes foi morto em um atentado terrorista em Jerusalém. Vários pacificadores de capacete azul (cor dos capacetes usados pelas forças de paz da ONU) na Bósnia, Oriente Média e Serra Leoa foram alvo de atiradores, foram seqüestrados e mortos. Em 1996, uma ofensiva israelense contra o Hezbollah no sul do Líbano matou 91 refugiados quando atacou um escritório da ONU onde os refugiados se escondiam. As Nações Unidas disseram que não receberam nenhuma ameaça antes do atentado desta terça-feira e que consideravam a situação sobre controle, a ponto de pensar em aumentar o contingente de membros da organização no Iraque. Porém, após o atentado, a ONU disse que o incidente é uma forma trágica de lembrar das situações de risco que os membros da ONU enfrentam diariamente ao redor do globo. Vítimas - No final do dia, a ONU emitiu um comunicado informando o nome de sete dos mortos em Bagdá: Sérgio Vieira de Mello (Brasil), Marilyn Manuel (Filipinas), Jean-Selim Kanaan (Agito), Fiona Watson (Inglaterra) - os três últimos eram membros da equipe de Vieira de Mello -, Richard Hooper (EUA), Ranillo Buenaventura (Filipinas) e Chris Klein-Beekman (Canadá).

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