BAGDÁ - Dois dias após o atentado suicida no centro de Bagdá que matou 215 pessoas, o ministro do Interior do Iraque, Mohammed al-Ghabban, apresentou nesta terça-feira, 5, sua renúncia ao primeiro-ministro, Haider Al-Abadi. A demissão ocorre também em meio a uma ofensiva do Exército iraquiano contra o Estado Islâmico no norte do país.
Durante uma entrevista coletiva na sede do Ministério, Mohammed al-Ghabban, disse que poderia revogar sua renúncia na condição de que o aparelho de segurança fosse reformado. "Os erros judiciais de segurança vão se repetir se estas interferências políticas continuarem", alertou ele.
Ele ofereceu algumas informações sobre o atentado que aconteceu na madrugada do domingo e cuja autoria foi assumida posteriormente pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI). O ministro revelou que o carro-bomba que explodiu no bairro de Karrada procedia da província de Diyala, no leste do Iraque, e não pôde ser interceptado antes do massacre.
Ele afirmou que as autoridades continuam investigando o ocorrido para descobrir quem preparou o carro-bomba. Segundo ele, recentemente foram descobertos 30 carros-bomba e vários ataques que o EI pretendia realizar durante o mês sagrado do Ramadã foram inibidos.
Ofensiva. Forças do Iraque retomaram uma série de vilarejos do norte antes ocupados por militantes do Estado Islâmico, informou o governo nesta terça-feira, chegando mais perto de uma base aérea que poderia servir como plataforma de lançamento de uma ofensiva para recuperar Mosul, a maior cidade nas mãos dos extremistas.
Apoiadas por ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos, tropas governamentais iniciaram sua ofensiva pelo flanco leste do rio Tigre, a partir da base militar de Makhmour, em março, mas a resistência dura do Estado Islâmico e o terreno difícil atrasaram o avanço.
As forças do governo já retomaram todos os vilarejos da área de Haj Ali e alcançaram a margem leste do Tigre, cerca de 60 quilômetros ao sul de Mossul, disse o Ministério da Defesa em um comunicado nesta terça-feira.
"O objetivo das tropas agora é manter suas posições na margem do rio e esperar que outras forças avancem do sul para cercar os combatentes do Daesh (acrônimo árabe para o Estado Islâmico) e assumir o controle da base aérea de Qayara", disse a autoridade militar. / EFE e REUTERS