Atentado em Tel-Aviv pode dificultar cessar-fogo entre Israel e Hamas

Ataque no centro da cidade deixou 21 feridos e pode dificultar trégua entre israelenses e palestinos

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Por BBC Brasil
Atualização:

TEL-AVIV - Um atentado a bomba contra um ônibus no centro de Tel-Aviv, que ocorreu na manhã desta quarta feira, 21, deixando 21 feridos, pode dificultar as já complicadas negociações por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, depois de 8 dias de confrontos. Uma forte explosão ocorreu em um ônibus na avenida Shaul Hamelech, no centro de Tel-Aviv. De acordo com testemunhas, segundos antes da explosão, um homem jogou uma sacola dentro do veículo e saiu correndo. Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do atentado - o primeiro que acontece em Tel-Aviv em 8 anos.

 

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O canal de TV do Hamas, na Faixa de Gaza, interrompeu suas transmissões para anunciar a explosão. O Hamas não assumiu oficialmente a autoria do atentado, porém sua rede de televisão passou a "festejar" o ocorrido. O canal, denominado El Aksa, transmitiu uma nota do Hamas "parabenizando" os autores do atentado e afirmando que trata-se de uma "reação natural ao massacre da família Dalu e à agressão a civis palestinos por Israel". A familia Dalu é uma familia palestina na Faixa de Gaza da qual 12 membros foram mortos em um ataque da Força Aérea israelense, inclusive mulheres e crianças, em um bombardeio que foi definido como "erro de pontaria" pelas autoridades israelenses. Autoria O atentado em Tel-Aviv ocorre em meio a intensas negociações por um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, após 8 dias de confrontos que já deixaram cerca de 140 mortos do lado palestino e 5 mortos do lado israelense. De acordo com analistas locais, o atentado irá dificultar mais ainda as negociações, que, no momento, se encontram emperradas por causa das divergências sobre o teor do acordo a ser firmado entre as partes. Israel quer um acordo de cessar-fogo "incondicional", já o Hamas exige que a questão do bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza seja vinculada ao acordo. Segundo o jornal israelense Haaretz, também há divergências dentro do próprio gabinete israelense. O jornal afirma que o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, conhecido como politico de linha-dura, é contra o acordo de cessar-fogo intermediado pelo Egito e já aceito pelo Hamas. Já o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, seria favorável ao acordo.

 

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