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Atentado logo após visita de Obama mata 7 em Cabul

Militantes do Taleban explodiram carro-bomba em bairro estrangeiro da capital afegã; ataque deixou ainda 18 feridos

Por CABUL
Atualização:

Ao menos 7 afegãos morreram e 18 ficaram feridos ontem em um atentado terrorista em Cabul reivindicado pelo Taleban. O ataque ocorreu menos de duas horas depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter deixado o Afeganistão após uma visita-surpresa na terça-feira. Os militantes explodiram um carro-bomba e infiltraram atiradores disfarçados com burcas no Green Village, bairro predominantemente estrangeiro de Cabul. Seis civis e um segurança morreram. Entre os feridos estão sete crianças que frequentavam uma escola próxima. Segundo o Taleban, os ataques eram uma mensagem a Obama. "Assim que nossos mujahedin souberam da viagem de Obama a Cabul, planejamos a operação no coração da cidade para avisá-lo", declarou Zabiullah Mujahid, porta-voz do grupo. "Em vez de assinar acordos e impor um governo impopular e corrupto ao povo afegão, ele deveria pensar em retirar suas tropas."Para o embaixador americano em Cabul, Ryan Crocker, a rede Haqqani, grupo radical com base no Paquistão, também pode estar por trás do ataque. "A Al-Qaeda ainda atua aqui. Sentimos que estamos vencendo com a ajuda de nossos parceiros afegãos", acrescentou o embaixador. "Não podemos querer deixar tudo perfeito no Afeganistão. Essa tarefa é dos afegãos."Na terça-feira, em Cabul, Obama assinou um pacto com o presidente Hamid Karzai para a transição das funções de segurança para o governo do Afeganistão após a retirada da Otan em 2014.O acordo não prevê a presença obrigatória de tropas americanas após a retirada ou investimento financeiro, mas permite que Washington tenha um efetivo militar no país para dois objetivos específicos: treinar forças afegãs e executar operações pontuais contra grupos radicais. Após a assinatura, Obama fez um pronunciamento no qual relembrou a morte do líder Osama bin Laden, há um ano. Segundo o presidente, a derrota da rede terrorista está "mais próxima do que nunca" e há "uma nova luz no horizonte". Desde 2001, mais de 3 mil soldados americanos morreram no conflito. Nos últimos meses, a tensão entre Washington e Cabul aumentou com a queima de exemplares do Corão por militares americanos, a divulgação de fotos de soldados urinando em cadáveres de rebeldes e o massacre de 17 civis afegãos por um sargento americano. / NYT

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