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Atentado mata 2 palestinos e fere 4 soldados israelenses

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois palestinos morreram e quatro soldados israelenses ficaram feridos hoje na explosão de um pesqueiro-bomba diante de um navio patrulha israelense no litoral da Faixa de Gaza, informaram autoridades militares de Israel. Em represália, a Marinha impôs um bloqueio marítimo na região, interrompendo a atividade pesqueira palestina e cortando o fornecimento de água do Mediterrâneo a Gaza. O atentado foi reivindicado pelo movimento Jihad Islâmica. O pesqueiro-bomba era conduzido por dois tripulantes palestinos suicidas identificados pela Jihad como Jamam Ismail, de 21 anos, Mohamad al-Masri, de 19 anos. Ismail morava no campo de refugiados de Maghazi, sul de Gaza, e Al-Masri, na localidade de Beit Hanu, ao norte. "Os dois mártires, membros das Brigadas Al-Quds, explodiram sua embarcação perto de um navio sionista no mar, ao norte da costa de Gaza", diz o comunicado da Jihad. Segundo o comunicado israelense, o pesqueiro entrou numa área de exclusão marítima imposta pela Marinha. "Tentamos nos comunicar com a tripulação, mas esta não respondeu. Então, lançamos jatos d´água sobre o barco para forçá-lo a deixar a área. Mas, como a tripulação palestina mantinha rota inalterada, começamos a disparar salvas de advertência. Decorridos alguns minutos, aconteceu a explosão", diz o texto israelense. O incidente ocorreu num momento em que o Exército israelense reocupou e instaurou toque de recolher em grandes cidades palestinas da Cisjordânia, com exceção de Jericó, em represália ao atentado suicida palestino de quinta-feira contra um ônibus em Jerusalém Ocidental que deixou 11 mortos. Ainda como parte dessa operação, o Exército israelense havia demolido as casas de quatro militantes do grupo extremista Brigadas Al-Aqsa, ligadas à Fatah, facção da Organização de Libertação da Palestina (OLP) vinculada ao líder Yasser Arafat. O governo americano, embora reconhecendo o direito de Israel de se defender dos ataques terroristas, deu mostras de impaciência diante da nova escalada militar na região. "Temos apoiado solidamente Israel em seus esforços para combater o terrorismo e reconhecemos sua necessidade de adotar medidas antiterroristas legítimas", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Reeker. "Mas pedimos aos israelenses, no âmbito de seus planos militares, que levem em conta as conseqüências de seus atos e ponham fim a sua campanha o mais rapidamente possível e tomem providências para que não haja mais vítimas civis", acrescentou Reeker. Na sexta-feira, além de reocupar Belém e cercar a Basílica da Natividade para evitar que extremistas buscassem refúgio no templo cristão, tropas israelenses fortemente armadas revistaram centenas de casas à procura de supostos extremistas. Vinte e dois suspeitos foram detidos. A rádio do Exército israelense informou também que uma investigação preliminar mostrou que funcionário britânico das Nações Unidas que trabalhava no acampamento palestino de Jenin, na Cisjordânia, foi morto por um soldado israelense que confundiu seu telefone celular com uma granada durante um tiroteio. "O incidente ocorreu durante troca de tiros entre extremistas palestinos e soldados israelenses", destacou a emissora de rádio israelense, em Jerusalém. O corpo da vítima, identificada como Iain Hook, de 50 anos, foi levado a um hospital israelense de Jerusalém para autópsia. E deverá ser embarcado, possivelmente amanhã, para Londres. No mesmo incidente, morreu um menino palestino de 11 anos. Os funerais dele, em Jenin, foram acompanhados por pelo menos 2 mil pessoas.

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