Atentado mata 43 e fere 45 no leste da Argélia

Suicida lança carro-bomba contra academia de polícia; nenhum grupo reivindica autoria de ataque

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Por AP , AFP , Reuters e Argel
Atualização:

Um atentado suicida contra uma academia de polícia deixou pelo menos 43 mortos e 45 feridos na região de Cabilia, leste da Argélia. O ataque com explosivos no povoado de Les Issers, a cerca de 50 quilômetros da capital, Argel, foi considerado o mais sangrento dos últimos oito meses no país. Até a tarde de ontem, nenhum grupo havia reivindicado a autoria do atentado. No entanto, o braço da rede terrorista Al-Qaeda no Norte da África - conhecido como Al-Qaeda do Magreb Islâmico - responsabilizou-se por vários atentados recentes na Argélia. O grupo é uma das organizações rebeldes mais ativas do país de 34 milhões de habitantes, que é um grande fornecedor de gás e petróleo para a Europa. Segundo testemunhas, um suicida lançou um carro carregado de explosivos contra a entrada principal da academia de polícia. Um grande número de jovens aguardava no local para prestar um concurso para ingressar no centro de formação. A explosão - que pôde ser ouvida a quilômetros de distância - provocou sérios danos à fachada do prédio, derrubou árvores e abriu uma cratera de vários metros de diâmetro. "A maioria dos mortos era rapazes, com idades entre 18 e 20 anos", afirmou uma testemunha. "Eles estavam em uma fila esperando para entrar na academia e fazer exames de seleção." O Ministério do Interior afirmou que 42 dos mortos e 32 dos feridos eram civis e destacou que o número de vítimas pode aumentar. "Essas gangues terroristas querem, por meio de ataques contra civis, tentar fugir do cerco que está se fechando em volta delas", afirmou o ministro do Interior, Yazid Zerhouni. O governo argelino recebeu ontem apoio da União Européia e do governo dos Estados Unidos em sua luta contra o terrorismo. A Argélia não tinha um atentado tão mortífero desde o duplo ataque suicida cometido pela Al-Qaeda do Magreb Islâmico em 11 de dezembro de 2007, em Argel. A explosão - que teve como alvo o Conselho Constitucional e um escritório da ONU - deixou 41 mortos e dezenas de feridos.

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