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Atentado na Somália deixa 11 mortos e 17 feridos

A explosão de dois carros-bomba foi seguida de um ataque a tiros no Ministério do Trabalho e Obras Públicas

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Por Redação
Atualização:

MOGADÍSCIO - Ao menos 11 pessoas, incluindo um vice-ministro do governo da Somália, morreram neste sábado em um atentado contra edifícios administrativos de Mogadíscio, a capital do país. O ataque foi reivindicado pelo grupo islamita Shebab, vinculado à Al-Qaeda, que lidera uma insurreição armada na Somália.

O atentado começou com a explosão de um carro-bomba no chamado quilômetro zero, onde está localizada a sede dos serviços de inteligência do país e o Ministério do Trabalho e Obras Públicas.

Civis fogem de tiroteio entre as forças de segurança somalis e combatentes da Al-Shabab que invadiram o prédio do governo após carro-bomba explodir no centro de Mogadíscio, na Somália. Foto: SAID YUSUF WARSAME/EFE Foto:

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Depois, cinco combatentes do Al Shabab entraram no Ministério pela porta dos fundos, abriram fogo contra os funcionários e trocaram tiros com as forças de segurança. O tiroteio durou horas, segundo relatos de testemunhas. Poucos minutos depois, outro veículo explodiu na porta da delegacia de Banaadir, de acordo com o jornal "Garowe".

O senador Ilyas Ali Hasan informou que o vice-ministro do Trabalho Saqar Ibrahim Abdalla é uma das vítimas fatais do ataque. Segundo o assessor do Ministério Abdiweli Mohammed Ibrahim, 17 pessoas ficaram feridas. 

Todos os criminosos morreram na operação policial para acabar com a operação.

O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmajo, e o primeiro-ministro, Hassan Ali Khaire, enviaram condolências pelas mortes do vice-ministro e das demais vítimas.

Os serviços de emergência Amiin, os únicos gratuitos que funcionam na capital da Somália, resgataram 11 pessoas do local, de acordo com a imprensa.

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A nova operação demonstra a capacidade dos jihadistas de atingir a capital somali, apesar do apoio que o governo recebe de forças estrangeiras há vários anos.

O Al Shabab

Mogadíscio é palco de frequentes ataques do grupo jihadista que controla parte do território no centro e no sul do país. Os ataques combinados, explosões seguidas por tiros, se tornaram uma especialidade dos shebab.

O Al Shabab visa instaurar na Somália um Estado islâmico wahhabista. O grupo surgiu no centro e sul da Somália e em 2010 anunciou fidelidade à Al-Qaeda. Analistas calculam que tem entre 5.000 e 9.000 homens.

No ano seguinte a seu juramento de lealdade foram expulsos da capital da Somália por uma força de 22.000 soldados da União Africana.

O pior atentado do grupo terrorista foi realizado em outubro de 2017, com a explosão de um caminhão-bomba em um bairro popular de Mogadíscio. O ataque deixou mais de 500 mortos e é considerado o ataque mais violento até hoje no país.

Apesar das derrotas em seus redutos, os shebab mantêm presença nas zonas rurais e retomas da Somália, onde executam uma guerra de guerrilhas.

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A Somália vive em um estado de guerra e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas e senhores da guerra.

As forças aéreas americanas executam ataques frequentes contra os insurgentes. Nos últimos dois anos mataram mais de 800 pessoas. A ONG Anistia Internacional denuncia que pelo menos 14 civis foram vítimas destes ataques.

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