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Atentado no Líbano mata líder da OLP

Explosão, que deixou outros quatro mortos, eleva tensão entre palestinos

Por REUTERS
Atualização:

A explosão de uma bomba matou ontem o vice-chefe da Organização para Libertação da Palestina (OLP) no Líbano, Kamal Medhat, e quatro membros de sua comitiva. Eles estavam nas proximidades do campo de refugiados palestinos de Mieh Mieh, na cidade de Sidon, no sul do país, quando uma bomba escondida numa vala ao lado da estrada foi detonada. O atentado elevou a tensão nas comunidades palestinas no Líbano. Cerca de 400 mil palestinos vivem em 12 campos de refugiados no Líbano, número que representa 10% da população libanesa. Diversas facções palestinas disputam o controle desses campos, onde vem crescendo o poder de grupos radicais islâmicos inspirados na rede Al-Qaeda. O presidente da Autoridade Palestina e líder do Fatah, Mahmud Abbas, classificou o assassinato de Medhat de "ato terrorista". A OLP, controlada pelo Fatah, pediu às autoridades libanesas uma investigação severa para encontrar os responsáveis pelo crime. Segundo fontes palestinas no Líbano, Medhat estava envolvido em uma disputa de poder interna no Fatah. O Hamas, grupo rival de Abbas, também condenou o atentado. Segundo o porta-voz do grupo, Osama Hamdan, Medhat desempenhava "um papel muito importante" em conter as tensões entre os grupos palestinos no Líbano. Hamdam também pediu que responsáveis pelo atentado sejam encontrados. No sábado, duas pessoas morreram em um tiroteio no campo de Mieh Mieh. Um deles era ativista do Fatah. A questão palestina representa um risco à estabilidade do Líbano, que enfrentou uma série de assassinatos e uma guerra entre o Hezbollah e Israel, em 2006. "Choques entre palestinos podem se espalhar rapidamente", alertou o analista político Nabil Boumonsef.

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