Atentado suicida leva Sharon a cancelar visita aos EUA

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Um homem-bomba do Hamas, disfarçado de judeu ortodoxo, matou sete israelenses em um ônibus de passageiros hoje, em um ataque que levou o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, a cancelar sua visita desta semana aos Estados Unidos e pode ameaçar o novo plano de paz para a região. Sharon iria discutir com o presidente americano, George W. Bush, sobre o chamado "mapa da estrada". O primeiro-ministro israelense reuniu-se hoje com seu gabinete para estudar uma resposta ao atentado que também deixou pelo menos 20 passageiros feridos. Meia hora depois do atentado ao ônibus, outro suicida detonou os explosivos que levava presos ao corpo quando policiais israelenses lhe ordenaram que parasse em um posto de controle em uma estrada no norte de Jerusalém. Apenas o suicida morreu, elevando a nove o número de mortos na nova onda de violência horas após o primeiro encontro de alto nível em dois anos entre israelenses e palestinos). O primeiro ataque ocorreu poucos minutos após as 6 horas (meia-noite de Brasília), em um dia normal de trabalho em Israel em um dos maiores cruzamentos de Jerusalém, entre o bairro árabe de Shuafat e o bairro judaico de Frech Hill, em uma parte de Jerusalém que Israel tomou na guerra de 1967 e é reclamada pelos palestinos. Nos últimos 32 meses de violência, ocorreram 93 atentados contra ônibus e os suicidas atacaram várias vezes esse importante cruzamento, cujas calçadas estão freqüentemente repletas de pedestres e soldados esperando ônibus. "Houve uma forte explosão que fez com que o motorista perdesse o controle do ônibus. A explosão foi causada por uma grande bomba e o ônibus ficou completamente destroçado", disse o chefe de polícia de Jerusalém, Mickey Levy, acrescentando que provavelmente o suicida subiu no ônibus no início de sua rota, perto da fronteira com a Cisjordânia. O suicida, um jovem de 19 anos da cidade de Hebron, Cisjordânia, usava um xale branco de orações e um quipá para fazer-se passar por judeu ortodoxo. Poucos minutos após subir no ônibus, ele detonou a bomba repleta de fragmentos. Os corpos dos sete mortos permaneceram em seus assentos, entre eles o de uma mulher com cabelos negros e curtos, cuja cabeça estava tombada para trás e as pernas ainda estavam cruzadas. Vinte passageiros ficaram feridos, entre eles seis soldados que estavam retornando a suas bases após a licença do fim de semana. O Hamas não assumiu formalmente o atentado, mas Bassem Jamil Tarkrouri, um ativista do grupo radical islâmico, foi identificado por seus familiares como o atacante. O Hamas cometeu dezenas de atentados nos últimos anos para tentar prejudicar os esforços de paz e já advertiu ao primeiro-ministro palestino, Mohammed Abbas, que não aceitará depor armas e prosseguirá com sua campanha de ataques contra Israel.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.