
16 de outubro de 2009 | 10h14
O governo diz que uma ofensiva terrestre contra o Taliban paquistanês no Waziristão do Sul é iminente, e o Exército ampliou nos últimos dias seus ataques por ar e terra para tentar abrandar a defesa dos militantes.
Os rebeldes lançaram vários ataques nos últimos 11 dias, atingindo a ONU, quartéis do Exército, delegacias de polícia e o público em geral, e matando cerca de 150 pessoas, aparentemente para tentar se contrapor à ofensiva militar.
A explosão de sexta-feira ocorreu diante de um escritório da Agência Central de Investigações, na capital da Província da Fronteira Noroeste, lugar que serve de entreposto para o abastecimento às tropas dos EUA no vizinho Afeganistão.
"Eu cheguei ao lugar em questão de minutos e ajudei a remover os corpos. Eles estavam realmente em mau estado", disse o morador Mohammad Rizwan.
A polícia disse que uma mulher aparentemente esteve envolvida no ataque, enquanto o ministro da Informação, Iftikhar Hussain, afirmou que o autor do atentado foi de carro até o departamento policial.
"Uma perna foi encontrada. Não está claro se é de um homem ou uma mulher", disse Hussain a jornalistas, acrescentando que há três policiais entre os mortos.
Uma fonte hospitalar disse que 12 pessoas morreram. Uma mesquita vizinha foi danificada, e cerca de 12 pessoas ficaram feridas. A TV mostrou policiais aflitos levando colegas ensanguentados para o hospital.
O governo diz que os atentados só reforçam sua determinação de derrotar seus inimigos.
O Paquistão, que tem armas nucleares, está sob pressão dos EUA para reprimir a militância islâmica, num momento em que o presidente Barack Obama cogita o envio de reforços militares ao Afeganistão.
Aviões e canhões bombardearam durante a noite posições dos militantes em seus redutos de Ladha, Makeen e na montanhosa região de Shahoor, no Waziristão do Sul, horas depois de as tropas do governo mataram 27 militantes em vários ataques na região.
"Podemos ver uma espessa fumaça e chamas subindo ao céu das cavernas nas montanhas depois do bombardeio pelos caças", disse um morador perto de Shahoor, pedindo anonimato.
As autoridades dizem não ter informações sobre o número de mortos nos últimos ataques.
(Reportagem adicional de Augustine Anthony e Hafiz Wazir)
Encontrou algum erro? Entre em contato