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Atentados inauguram ?geração 11/9?

Por Agencia Estado
Atualização:

Os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos mudaram as prioridades dos estudantes universitários dos Estados Unidos, marcando o nascimento de uma nova geração. Há dois anos, praticamente todos os universitários sonhavam com Wall Street ou o Vale do Silício. Agora, pelo contrário, lotam seminários sobre o Oriente Médio e se preparam para inundar de currículos a CIA e o FBI. Os aviões que derrubaram as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e parte do Pentágono, em Washington, abortaram também os debates dos últimos tempos sobre a identidade da "Geração Y", como eram chamados os jovens universitários americanos dos anos 90, a época do boom da nova economia. Cerca de dois meses depois dos ataques, são muitos os sinais que testemunham o nascimento do que a revista Newsweek chamou de "Geração 11/9", os jovens de 11 de setembro (nos EUA, o mês aparece na frente do dia). "Éramos conhecidos como a geração para a qual tudo havia sido fácil", disse Greg Epstein, de 24 anos, aluno da Universidade de Michigan. "Não havia crise, não havia nem um Vietnã. Agora, também sofremos." O 11 de setembro foi para eles o dia em que as atividades acadêmicas dos Estados Unidos mudaram de maneira radical. Hoje, 48% dos estudantes afirmam que querem estudar medicina, enquanto cerca de 40% mencionam uma carreira militar ou científica. Os campi universitários se parecem hoje bastante aos de 1941, depois de Pearl Harbor, e são completamente diferentes dos turbulentos campi dos anos 60. Segundo uma pesquisa da Newsweek, 83% dos jovens norte-americanos aprovam o trabalho do presidente George W. Bush, e 85% deles aprovam a guerra. "Esta geração compreende, mais do que os adultos, que está em curso um conflito de civilizações, algo que não vimos em milênios", afirmou Judith Rodin, reitora da Universidade da Pensilvânia. São os jovens da globalização, habituados a trabalhar com seus iguais de outras etnias e que cresceram em escolas onde se ensina cada vez menos a história da Europa e cada vez mais a da China, da África ou dos países muçulmanos. Leia o especial

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