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Atentados podem beneficiar turismo no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

Os recentes ataques terroristas às cidades de Nova York e Washington vão estabelecer uma nova ordem para o turismo mundial, onde o Brasil poderá ser beneficiado. A avaliação foi feita nesta quinta-feira, durante o 29º Congresso da Associação brasileira das Agências de Viagens (Abav), pelo presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Caio Luiz Carvalho. ?O Brasil será um destino competitivo para mercados como a Europa?, disse Carvalho. De acordo com ele, os países mais visados por ações terroristas vão criar uma série de precauções para receber estrangeiros em seu território. Imagem pacífica Com a nova mudança de atitude no setor, segundo ele, o Brasil vai poder associar uma imagem pacífica ao País para atrair mais turistas. ?Como disse o presidente Fernando Henrique Cardoso, aqui no Brasil ultraleve pousa no Palácio da Alvorada e não temos medo porque sabemos que ele não quer fazer nenhum mal?, disse Carvalho. ?Hoje, o turismo no hemisfério norte está em piores condições?. Além de associar o País a um lugar mais seguro, os turistas estrangeiros também têm a vantagem da desvalorização do real frente à moeda norte-americana. Desde que as duas torres do World Trade Center e o Pentágono foram atingidos, o dólar chegou a ser vendido nesta quinta-feira a R$ 2,7370, com alta de 1,67% em relação aos últimos negócios do dia anterior. ?Não é oportunismo? Apesar desses efeitos indiretos, Caio Carvalho disse que é preciso cautela para que não sejam feitas previsões ?oportunistas?. ?Não estamos falando de oportunismo; em primeiro lugar vem a solidariedade com a população americana?, ressaltou o presidente do instituto. Para aproveitar o momento favorável do turismo doméstico, a Embratur apresentou nesta quinta duas campanhas publicitárias para o mercado interno. O instituto também mostrou seu novo site na Internet (www.brasil.embratur.gov.br), com informações detalhadas sobre o turismo no Brasil. Empresas Apesar da probabilidade de crescimento do turismo interno, grande parte das agências de viagens e companhias aéreas brasileiras calculam os prejuízos por causa dos cancelamentos das passagens com destino aos EUA. O vice-presidente da TAM, Luiz Falco, estima que a empresa tenha uma perda líquida de aproximadamente US$ 600 mil por causa do cancelamento de 9 vôos para Miami. ?Acredito que o movimento do tráfego aéreo nos Estados Unidos só voltará às mesmas condições daqui a um ano?, completou Falco. ?A situação trará prejuízos, mas ainda não é possível analisar o tamanho das perdas?, afirmou o diretor comercial da Varig, Roberto Macedo. Prejuízos Algumas empresas, como é o caso da Vasp, são afetadas indiretamente. Apesar de não realizar viagens internacionais, a empresa paga em dólar a manutenção e o combustível dos aviões. ?O custo da manutenção aumenta com a pressão no câmbio?, lembrou o vice-presidente da Vasp, Rodolfo Canhedo. A CVC, maior operadora de turismo do País, teve praticamente todas as passagens aéreas com destino à Nova York canceladas. A empresa vende por semana cerca de 130 passagens para a metrópole norte-americana. ?Quem trabalha exclusivamente com turismo internacional terá bastante prejuízo?, disse o gerente regional de vendas da operadora, José Vitório Gerônimo. Mesmo com os transtornos, a CVC também aposta no crescimento do turismo doméstico. ?A expectativa é que esta seja a melhor temporada de todos os tempos?, disse Gerônimo, acrescentando que 70% dos produtos vendidos pela empresa são nacionais.

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