15 de fevereiro de 2018 | 12h51
PARKLAND, FLÓRIDA - Nikolas Cruz, o atirador que matou ao menos 17 pessoas em uma escola da Flórida, tinha problemas familiares e perdeu a mãe adotiva recentemente, antes de se mudar para casa de amigos, onde apresentava um comportamento descrito como perturbado.
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Cruz e seu irmão biológico, Zachary, são filhos adotivos. Seus pais os adotaram depois de terem se mudado de Nova York para a Flórida, nos anos 90. Quando ele ainda era criança, perdeu o pai, vítima de um ataque cardíaco. A mãe morreu de pneumonia em novembro.
Após perder a mãe, Cruz pediu para se mudar no fim do mês para a casa de um amigo, que o acolheu no fim de novembro. Segundo o advogado que representa essa família, Jim Lewis, Cruz já tinha um fuzil AR-15 quando se mudou para a nova casa, mas a mantinha trancada e nunca foi visto usando-o.
Ainda de acordo com o advogado, Cruz parecia calado sobre a morte da mãe. “Não havia indicações de algo grave ocorria com ele”, disse. “Era apenas um garoto problemático que perdeu a mãe e escondeu coisas de todos.”
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A família está cooperando com as investigações e não é suspeita de colaborar com o ataque, também segundo o relato do advogado.
Vizinhos de Cruz relataram à imprensa da Flórida que a polícia compareceu diversas vezes a casa da família que abrigou o jovem porque ele frequentemente causava problemas no bairro. Em um dos episódios descritos pelas testemunhas, ele mandou cachorros atacar uma criação de porcos de uma casa próxima.
Cruz chegou a receber tratamento psicológico por um tempo, mas desistiu das sessões há mais de um ano, segundo o prefeito do condado de Broward, Beam Furr. “Não como se não houvesse preocupação com ele, tentamos ajudar todos esses garotos, mas no caso deles não conseguimos”, disse.
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Colegas de escola de Cruz o descreviam como estranho e solitário. O atirador costumava publicar fotos sobre morte de animais em sua conta no Instagram. “Ele chegou a ameaçar meus amigos e nos afastamos dele”, disse Dakota Mutchler, de 17 anos. “Acredito que se alguém fosse fazer algo seria ele.” /AP
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