
03 de maio de 2012 | 20h10
WASHINGTON - O dissidente chinês Chen Guangcheng telefonou nesta quinta-feira, 3, aos congressistas que avaliavam seu caso durante uma audiência da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, e lhes expressou sua vontade de viajar ao país e sua preocupação por sua família.
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O congressista republicano Chris Smith, que presidia a audiência da Comissão Executiva do Congresso sobre China, interrompeu a sessão para anunciar que tinha uma chamada telefônica de Chen, aparentemente do hospital onde se encontra internado em Pequim, informou a revista online Politico.
"Quero ir aos EUA para descansar um tempo. Não descansei nada nos últimos dez anos", disse da sala de audiências o ativista Bob Fu, amigo do dissidente cego, traduzindo suas palavras ao inglês.
Chen se mostrou preocupado com a segurança de sua família, especialmente de seu irmão e sua mãe. "Quero saber como estão".
O ativista também expressou sua vontade de conhecer pessoalmente a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que se encontra de visita em Pequim. "Espero que ela possa me ajudar mais. E quero agradecê-la pessoalmente".
Em uma entrevista nesta quinta-feira ao jornal online americano The Daily Beast, Chen afirmou que sua "fervente esperança" é abandonar a China junto a sua família no avião de Hillary.
O dissidente abandonou a embaixada americana após um acordo entre as autoridades de China e EUA segundo o qual o governo de Pequim dava garantias de que ele poderia se encontrar com sua família, começar com normalidade uma nova vida fora de Shandong e cursar estudos universitários.
Segundo Washington, Chen deixou a embaixada por vontade própria e, em nenhum momento, pediu asilo político ou manifestou desejo de abandonar seu país.
O dissidente, no entanto, disse que as fortes pressões dos funcionários americanos o motivaram a sair da legação diplomática americana.
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