Ativista diz que deixa prisão hoje e anuncia protesto na Índia

Anna Hazare fará greve de fome de 15 dias em parque de Nova Délhi pela aprovação de novas leis anticorrupção no país

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NOVA DÉLHI O ativista Anna Hazare anunciou ontem que deixará a prisão municipal de Nova Délhi hoje para realizar uma greve de fome de 15 dias em favor de novas leis anticorrupção. Hazare, de 74 anos, pretendia iniciar o protesto na terça-feira, mas foi preso horas antes por não ter autorização para o ato. A prisão provocou manifestações generalizadas em todo o país, forçando o recuo do governo, que optou por libertar o ativista.Na quarta-feira, Hazare havia sugerido que sairia da prisão na tarde de ontem e lideraria um protesto público contra a corrupção no parque Ramlila Maidan, no centro da capital. No entanto, como os organizadores esperam que uma multidão acompanhe o ativista, eles anunciaram ontem que precisavam de mais um dia para preparar o local do protesto. O governo indiano enfrenta um dos maiores movimentos populares desde os anos 70. Os protestos, que começaram em Nova Délhi, chegaram a várias cidades do país por meio de redes sociais, abalando o Partido do Congresso, atualmente no poder, e o primeiro-ministro Manmohan Singh.Contra a corrupção. Por todo o país, estudantes, advogados, professores, executivos, trabalhadores do setor tecnológico e funcionários públicos saíram às ruas de cidades e aldeias indianas. Na noite de quarta-feira, milhares de jovens realizaram vigílias à luz de vela na capital, em Hyderabad e em Mumbai, e vibraram quando foi anunciado o acordo que liberou o protesto público do ativista.Hazare, sempre de bata e touca brancas e com óculos de aros finos, evoca a imagem do herói nacional Mahatma Gandhi - que também usava a greve de fome como arma para protestar contra o colonialismo britânico nos anos 40. A corrupção é um dos mais graves motivos de frustração e de instabilidade na Índia e ameaça a coalizão que sustenta o partido do premiê Singh. Hazare e seus aliados defendem a criação de uma agência independente para investigar denúncias de corrupção no governo indiano. / AP, NYT e REUTERS

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