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Ativista indiano retoma greve de fome contra corrupção

Ativista de 74 anos forçou governo a apresentar um projeto de lei contra a corrupção

Atualização:

MUMBAI - O ativista indiano Anna Hazare iniciou na terça-feira, 27, um greve de fome de três dias, num protesto contra o brando projeto de combate à corrupção que está sendo debatido no Parlamento. Meses atrás, o ativista, de 74 anos, havia mobilizado a classe média do segundo país mais populoso do mundo, canalizando sua indignação contra sucessivos escândalos, e forçando o governo a apresentar um projeto de lei contra a corrupção. Na terça-feira, o Parlamento começou a debater a lei Lokpal, proposta inicialmente em 1968, que prevê a criação de um poderoso ombudsman anticorrupção. A votação deve acontecer ainda nesta semana, mas Hazare não está satisfeito. "O governo está enganando as pessoas", afirmou ele ao iniciar a greve de fome, acrescentando que o projeto, tal qual foi apresentado, não combate a corrupção. "Um dia o povo dará uma lição ao governo." Hazare repetiu sua ameaça de fazer campanha contra o Partido do Congresso (governista) se o ombudsman não tiver poderes para supervisionar a polícia federal indiana. Pouca gente apareceu para prestar apoio a Hazare na terça-feira, ao contrário do que ocorreu em agosto, quando dezenas de milhares de pessoas acompanharam as duas semanas de jejum do ativista. Vishwambhar Chaudhari, assessor de Hazare, admitiu que a falta de clareza quanto ao propósito da greve de fome atrapalhou a mobilização. "Não há nem uma pauta nem um objetivo central para esta greve, daí ela não ter conseguido atrair simpatizantes", disse Chaudhari no vasto terreno com palmeiras onde Hazare se instalou, em Mumbai.

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