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Ativistas saúdam moratória à pena de morte em New Jersey

Por Agencia Estado
Atualização:

Organizações contrárias à pena de morte classificaram como um avanço "histórico e exemplar" a decisão das autoridades de New Jersey de suspender temporariamente a aplicação do castigo capital nesse Estado americano. "O fato alimenta a esperança de que seja seguido por outros Estados, especialmente no sul onde se aplica com maior inclemência o castigo", disse David Elliot, diretor da Coalizão para Abolir a Pena de Morte. Com apoio de republicanos e democratas, a Assembléia de Nova Jersey aprovou na segunda-feira a suspensão, até novembro, da pena de morte transformando-se no primeiro Legislativo estadual dos EUA a tomar esta medida. A Assembléia ordenou também a criação de uma comissão que terá até 15 de novembro para informar sobre se a pena de morte é aplicada de forma justa e se suas opções - como a prisão perpétua - garantem a segurança pública e satisfazem os parentes das vítimas. A moratória expiraria 60 dias depois. "Isto é algo que deveríamos ter feito há muito tempo. A injustiça do atual sistema e seu alto preço nos impulsionavam a examiná-lo", afirmou Joseph Roberts, líder da Assembléia de New Jersey. A pena de morte foi restabelecida pelo Supremo dos EUA em 1976 e desde então foram executadas 1.004 pessoas. Mais de um terço dessas execuções aconteceram no Texas. Até agora Illinois e Maryland tinham decretado moratórias similares, mas foram decididas por seus governadores e não pelas assembléias. Essa moratória já expirou em Maryland, mas o Estado não tem previsão de execuções pelo menos durante os próximos dois meses. "Em todo o país as pessoas se dão conta de que com a pena de morte corre-se o risco de executar um inocente, discrimina-se por origem racial, geográfica e até pela capacidade de contratar um advogado competente", disse Diann Rust, uma porta-voz da coalizão. Condenado é inocentado na China - Gao Jinfa, de 47 anos, foi declarado inocente após passar mais de três anos à espera da pena de morte por estupro e assassinato que não cometeu, informou nesta quarta-feira o jornal estatal China Daily. O histórico penal de Gao, que passou sete anos na prisão desde 1979 pela violação de uma mulher, foi para o tribunal de Weinan, na província de Shaanxi, prova suficiente para condená-lo à pena capital pelo assassinato e estupro de duas mulheres em 1999 e 2003. O julgamento foi considerado ilegal por uma corte superior, que encontrou também erros no procedimento da investigação, que não fez testes de DNA nos corpos das vítimas para confirmar os crimes atribuídos a Gao. "Finalmente, sou livre, após três anos esperando a execução da sentença de morte", declarou Gao ao jornal.

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