24 de novembro de 2010 | 15h05
Em uma entrevista coletiva, porém, eles disseram que persiste a preocupação com a produção contínua na Índia, no Paquistão e em Mianmar, com a falta de informação da Coreia do Norte e com o uso de minas terrestres por grupos insurgentes em seis países.
"O progresso recorde feito no ano passado para a eliminação das minas antipessoais mostra que o Tratado de Proibição de Minas (1997) está funcionando", disse Mark Hiznay, editor-chefe de um relatório anual sobre o efeito do pacto, na entrevista coletiva.
"Nós estigmatizamos a arma de tal maneira que vencemos a guerra contra ela", afirmou Steve Goose, outro pesquisador do relatório, publicado pela Campanha Internacional para Banir as Minas Terrestres (ICBL), laureada pelo Prêmio Nobel.
O relatório, chamado "Landmine Monitor 2010", afirma que 156 países assinaram o pacto - que proíbe a produção, o emprego, o estoque e a transferência de minas terrestres --, negociado nos anos 1990 sob a pressão da ICBL.
Grandes potências - Estados Unidos, China e Rússia - e outros 36 países mantêm-se fora do tratado, que foi negociado fora da estrutura da Organização das Nações Unidas. O relatório, no entanto, diz que a maioria deles na prática segue as cláusulas do pacto.
A Rússia, considerada em todos os relatórios publicados desde 1999 como país que usava minas terrestres, foi retirada da lista de 2010 após declarar que não a empregava mais. A China está contribuindo com programas para a extinção das minas.
Os EUA, onde se acredita que os militares queiram manter a opção, estão revendo suas políticas sobre a arma, considerada obsoleta pelos ativistas, e participarão de um encontro sobre o pacto em Genebra na semana que vem.
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, estima-se que muitas dezenas de milhares de civis morreram ou foram mutilados por minas terrestres destinadas a militares em conflitos regionais e locais, quase todas nos países em desenvolvimento.
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