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Aumenta diferença entre ricos e pobres nos EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O "boom" econômico do fim da década de 90 aparentemente não deixou a classe média de Nova York e da Califórnia em melhor situação financeira do que estava uma década antes, como indica uma análise dos dados do Departamento de Recenseamento dos Estados Unidos publicada hoje pelo jornal The New York Times. Os pobres tornaram-se um pouco mais pobres, os ricos ficaram muito mais ricos, enquanto um grande grupo intermediário emergiu em situação um pouco pior do que estava no início da década. A análise comparou dados sobre a renda do censo de 1990, com dados de uma pesquisa preliminar feita por aquele órgão do governo em 200. A analise revelou que a renda da família mediana baixou de forma evidente em Nova York, Califórnia, Connecticut e Washington. Andrew A. Baveridge, professor de sociologia do Queens College, que conduziu a análise, disse que descobriu que a distância entre ricos e pobres, em todo o país, aumentou um pouco durante a década de 90. Em Washington, por exemplo, a renda média das famílias que formam a quinta parte mais rica da população, depois de ajustada de acordo coma inflação, aumentou de 18 vezes para 24 vezes a renda média da quinta parte mais pobre. "Há um agravamento da desigualdade de renda," declarou o professor Beveridge ao jornal. "E, no Estado de Nova York, a classe média não se manteve estável. Os pobres conseguiram manter-se à tona, mais ou menos. Os ricos ficaram em melhor situação. E há esse aperto no centro - pessoas como policiais, bombeiros, e outras, que ganham menos de US$ 80.000 por ano." A descoberta do professor Beveridge não significa que alguns indivíduos levaram menos dinheiro para casa em 2000 do que levavam uma década antes. De acordo com o jornal, ela indica uma redução da renda média das famílias que estão no centro - o grupo em constante mudança que compreende 60% de todas as pessoas que, em determinado momento, caem no centro do espectro da renda. Alguns economistas consultados pelo diário mostraram duvidar de que o declínio seja real. "Eu desafiaria qualquer pessoa a descobrir uma família de classe média, nesta região, cujas condições econômicas pioraram", disse Stephen Kagann, principal economista do governador George E. Pataki. "A renda real de nenhuma pessoa declina em períodos de prosperidade - em nenhum grupo de pessoas. A renda de todos aumenta, mas aumenta em proporções diferentes." Kagan ressaltou que muitas pessoas da classe média deixaram Nova York durante a recessão do início da década de 90, e muitos imigrantes chegaram à cidade, alguns ganhando menos do que aqueles que partiram. "Isso, por si só, faria a média baixar," disse. "Mas o fato não significa que uma pessoa da classe média esteja em situação financeira pior do que estava em 1990. Isso simplesmente não seria verdade." Nesse ínterim, o Departamento de Recenseamento divulgou, na quinta-feira, estimativas atualizadas do índice de pobreza nacional e separando Estado por Estado, com base em vários conjuntos de dados federais de 1998. Quando comparadas com os números do censo de 1990, as novas estimativas mostram que a porcentagem de pessoas que está na pobreza caiu ligeiramente, no nível nacional, mas aumentou em Nova York, New Jersey, Califórnia, Connecticut e outros Estados.

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