Aumenta dissidência no governo líbio

Procurador-geral renuncia em protesto à repressão e se junta a ministros, militares e diplomatas

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Por Redação
Atualização:

O procurador-geral da Líbia, Abdelrahman al-Abar, se tornou a mais recente autoridade do país a abandonar o ditador Muamar Kadafi.  Ele renunciou ao seu cargo em protesto pelo massacre cometido contra o povo líbio, de acordo com um comunicado divulgado nesta sexta-feira pela rede Al-Arabiya.

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"Há um derramamento de sangue nunca vivido pelo povo líbio em toda sua história", afirmou Abar em sua declaração, lida por ele mesmo em um vídeo transmitido pela emissora. Além dele os ministros do Interior e da Justiça já haviam deixado o cargo em protesto. Há um grande foco de disssidência também no Exército e no corpo diplomático.

O procurador-geral disse que atuava de acordo com uma série de princípios que jurou respeitar quando assumiu o posto e prometeu  estar sempre ao lado do direito e a justiça com toda lealdade à pátria e o povo.

 

 Abar acrescentou que as atuações do regime de Muammar Kadafi para reprimir os protestos populares que explodiram no dia 17 de fevereiro representam impor a lógica de força e violência em vez de recorrer ao diálogo democrático."O que acontece na Líbia está contra os princípios dos direitos e justiça nos quais acho, portanto anunciou minha renúncia ao cargo de procurador-geral da Líbia e anuncio minha inclinação à vontade do povo, representada na revolução dos jovens", expressou o procurador-geral.Além de Abar e dos dois ministros, o presidente da Bolsa de Valores de Trípoli aderiu à oposição Coronéis e capitães da Força Aérea e militares que servem no leste do país se juntaram aos manifestantes também. Embaixadores líbios em diversos países, como Reino Unido, França, China, Índia, EUA, além do embaixador-adjunto na ONU disseram que não reconhecem mais Kadafi. Leia ainda: link'Condenar violência é condenar autoritários', diz PatriotalinkFrança e Reino Unido pedem sanções contra Líbia na ONUlinkLíbia promete US$ 400 por família para pôr fim à crise

 

Com Efe

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