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Austrália alerta para riscos no caso de espionagem na China

Por FAYEN WONG AND LUCY HORNBY
Atualização:

A Austrália advertiu a China, neste domingo, sobre os riscos para a confiança de negócios gerados pela detenção, sem uma acusação formal, de um executivo australiano suspeito de roubar segredos de Estado. Executivos chineses temem agora uma reação mais ampla. A prisão realizada há uma semana do executivo da mineradora anglo-australiana Rio Tinto, o cidadão australiano Stern Hu, e três dos seus subordinados chineses levantou uma sombra sobre as relações entre China e Austrália, e estressou a indústria do aço. Rio Tinto, a segunda maior produtora de minério de ferro do mundo, estava em negociações tensas com a China quando Hu e seus colaboradores foram detidos em Xangai, acusados de roubar segredos de estado e subornar chineses para obter informações. "Um dos aspectos a ser considerado pelas autoridades chinesas é a extensão que as circunstâncias deste caso irão causar à comunidade internacional por ter este tipo de preocupação", afirmou no domingo o ministro de relações exteriores da Austrália, Stephen Smith. As autoridades australianas ainda estão pressionando por detalhes sobre as alegações contra Hu, declarou Smith, acrescentando que a China ainda não revelou nenhuma evidência que sustente as prisões. Fontes disseram que alguns computadores da Rio Tinto foram removidos ao longo das investigações. A empresa não comentou sobre os computadores. O assunto até agora se manteve restrito a Rio Tinto, mas a rival australiana BHP Billiton e a mineradora brasileira Vale estão acompanhando de perto os eventos. As leis chinesas permitem que pessoas sejam detidas sem uma acusação formal e interrogadas sem ter acesso a um aconselhamento jurídico, antes de serem formalmente presas.

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