PARIS - Amedy Coulibaly, que matou cinco pessoas nos atentados terroristas cometidos na França há duas semanas, foi enterrado na madrugada desta sexta-feira, 23 em sigilo em um cemitério de Paris, após o Mali, país de origem de seus pais, negar-se a realizar o enterro.
O jornal Le Parisien revelou que o corpo de Coulibaly, que tinha 32 anos, foi sepultado em uma tumba anônima do cemitério de Thiais, que está sob jurisdição da prefeitura de Paris.
O enterro foi realizado "com a maior discrição" às 6 horas (3 horas pelo horário de Brasília), quando ainda estava escuro, segundo o jornal. Na terça-feira, a família de Coulibaly havia pedido que o corpo dele fosse levado para o Mali, mas as autoridades do país africano se negaram a recebê-lo, argumentando que ele não tinha nacionalidade malinesa e era somente francês.
A partir de então, a questão era onde ele seria enterrado na França. A lei local diz que os municípios onde ocorre o falecimento (no caso em Paris), onde o morto tinha residência (Fontenay aux Roses) e onde sua família vive ou mantém um mausoléu (o que não existia) são obrigados a realizar o sepultamento.
Coulibaly matou uma policial em 8 de janeiro e um dia depois matou quatro pessoas após fazer reféns em um mercado judaico em Paris. O extremista foi morto pela polícia.
Os irmãos Said e Chérif Kouachi, os outros jihadistas que participaram dos ataques e mataram 12 pessoas na sede do jornal satírico Charlie Hebdo, foram enterrados discretamente na semana passada em território francês. Os dois também foram mortos pelas forças de segurança locais.
Chérif foi sepultado em Gennevilliers, nas redondezas de Paris, e Said em Reims, no norte da França, os dois em tumbas anônimas. /EFE