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Autor do atentado em Nice recebeu ajuda e apoio para planejar ataque, diz procurador

Mohamed Lahouaiej Bouhlel teria planejado a ação ‘vários meses antes’ do dia 14 de julho, e teria se beneficiado ‘do apoio e da cumplicidade’ na preparação e execução do ato

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Por Redação
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PARIS - O autor do atentado em Nice na semana passada, o tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel, contou com cúmplices em sua ação, anunciou nesta quinta-feira, 21, em Paris, o procurador encarregado da investigação, François Molins.

Durante uma coletiva de imprensa, o procurador afirmou que foram feitos avanços notáveis na investigação que envolve ao menos 400 agentes, e que eles descobriram que Bouhlel teria planejado o ataque provavelmente meses antes de realizá-lo.

Peritos analisam caminhão usado no ataque em Nice Foto: AP Photo/Claude Paris

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O autor do ataque teria planejado a ação "vários meses antes" do dia 14 de julho, feriado nacional francês, disse em declarações à imprensa.

As investigações "permitiram não só confirmar ainda mais a natureza premeditada da ação letal de Bouhlel, mas também estabelecer que ele se beneficiou do apoio e da cumplicidade na preparação e execução do ato criminoso", disse Molins.

Dois franco-tunisianos - identificados omo Ramzy A (21 anos) e Mohammed Oualid G. (40) -, um tunisiano - Choukri C. (37) -, e dois albaneses - Artan H. (38) e Ankeneja Z. (42) -, foram apresentados à Justiça sob acusação de conspiração terrorista e homicídios. "Nenhum deles era fichado pelos serviços de inteligência", acrescentou Molins.

A partir da análise do celular do agressor, que revelou muitos contatos entre eles, os suspeitos foram presos, indicou o procurador, que ainda acrescentou que a ligação entre Bouhlel e eles pôde ser estabelecida por meio dos elementos encontrados no caminhão e nas armas.

Local do ataque em Nice Foto: Arte/Estadão

As impressões digitais de um dos suspeitos foram encontradas na porta do passageiro do caminhão de 19 toneladas, com o qual Bouhlel atropelou e matou 84 pessoas no dia 14 de julho em Nice, na Riviera Francesa, deixando mais de 300 feridos.

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Também foram encontradas novas imagens "reveladoras" no celular do terrorista, incluindo uma de um show na Promenade des Anglais e uma foto de um artigo sobre o "captagon", uma droga popular usada por jihadistas responsáveis por ataques terroristas.

Um dos supostos cúmplices de Bouhlel, Mohammed Oualid G., com quem o terrorista conversou por telefone em 1.278 ocasiões no último ano, aparece em duas fotos na cabine do caminhão com o qual cometeu o massacre. Ele enviou uma mensagem em janeiro de 2015, pouco depois do atentado à sede da revista Charlie Hebdo, no qual dizia: "Eu não sou Charlie e estou feliz, enviaram os soldados de Alá para terminar o trabalho".

No dia 4 de abril, outro suposto cúmplice, Choukri C., aconselhou Bouhlel pelo Facebook: "Encha o caminhão, ponha dentro 2 mil toneladas de ferro (...) corte os freios, meu amigo".

A pistola de pequeno calibre que Bouhlel utilizou após atropelar centenas de pessoas em Nice foi obtida por três dos detidos: Ramzy A. e os dois albaneses, segundo Molins. Ele afirmou ainda que houve "contatos" sobre outra arma, um fuzil AK-47 encontrado em um quarto de despejo, mas que ainda não se sabe para que ele seria utilizado. / AFP e EFE

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