Autoridade Palestina rejeita diálogo com Israel sem moratória

Mahmoud Abbas diz desconhecer o que motivou EUA a cessarem pressão sobre Estado judeu

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CAIRO - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, voltou a dizer nesta quinta-feira, 9, que não haverá diálogos de paz no Oriente Médio enquanto Israel não paralisar completamente todas as construções de novos assentamentos na Cisjordânia.

 

 

Em reunião com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, no Cairo, Abbas reiterou a posição das autoridades palestinas poucos dias depois de os EUA anunciarem que não pressionariam mais Israel para que congelasse as obras em novas colônias. Na quarta, Abbas disse que a decisão americana gerava uma nova crise nas negociações de paz.

 

Abbas ressaltou que havia informado o governo americano sobre sua decisão, mas declarou desconhecer as razões que motivaram a Casa Branca a abandonar seus esforços para pressionar a Israel. "A parte palestina não sabe o que passou exatamente entre Israel e Estados Unidos, mas saberá em poucos dias", acrescentou Abbas.

 

Israelenses e palestinos retomaram em 2 de setembro negociações de paz diretas que estavam interrompidas havia dois anos, após manter durante vários meses um diálogo indireto com a mediação dos Estados Unidos.

 

As conversas ficaram estagnadas após que Israel se negar a prorrogação de moratória na construção de colônias israelenses nos territórios palestinos que expirou em 26 de setembro.

 

Abbas, que chegou ao Cairo como parte de uma viagem que previamente levou à Turquia e Grécia, disse que havia conversado com Mubarak sobre a atual etapa o diálogo com os palestinos.

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Ele destacou que da reunião do sábado do comitê de acompanhamento da iniciativa árabe de Paz no Oriente Médio, lançada em 2002, surgirá uma recomendação da Liga Árabe, e depois Abbas consultará com a direção palestina antes de tomar uma decisão.

 

Entre as alternativas existentes figura a insistência para que a comunidade internacional reconheça o Estado palestino nas fronteiras prévias à guerra de 1967, algo que, lembrou Abbas, fizeram no início deste mês Argentina e Brasil.

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