Pelo segundo ano consecutivo, Istambul proíbe Parada do Orgulho Gay

É o segundo ano consecutivo que as autoridades proíbem a realização desta manifestação, realizada pela primeira vez em 2003, que desde então cresceu de forma exponencial até contar com a participação de milhares de pessoas

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

ISTAMBUL - O escritório do governador de Istambul negou nesta sexta-feira, 17, permissão, pelo segundo ano consecutivo, para a realização na semana que vem de uma passeata pelo centro da cidade, dentro das atividades que tradicionalmente são realizadas pelo Dia do Orgulho Gay.

"Membros do coletivo LGBT divulgaram na imprensa, internet e nas redes sociais um apelo para fazer uma passeata entre os dias 19 e 26 em Taksim (emblemática praça central de Istambul). O governo não autorizará a organização de tal evento ou manifestação nesses dias, devido à segurança de nossos cidadãos e à ordem pública", diz o comunicado.

Milhares participam de parada do orgulho gay em Istambul, em junho de 2013 Foto: REUTERS/Umit Bektas

PUBLICIDADE

É o segundo ano consecutivo que as autoridades proíbem a realização desta manifestação, realizada pela primeira vez em 2003, que desde então cresceu de forma exponencial até contar com a participação de milhares de pessoas.

No ano passado, a passeata foi proibida pela primeira vez, sob a alegação de que coincidia com o mês do Ramadã, embora em 2014 também tenha coincidido com esta festividade muçulmana sem que isso impedisse sua realização.

A Polícia interveio com canhões de água e uso de gás lacrimogêneo contra milhares de pessoas que desafiaram a proibição.

Desde os protestos contra o governo de 2013 as autoridades não permitiram nenhuma reunião popular na Praça de Taksim e muito poucas na rua próxima Istiklal.

O comunicado do governador afirma que "para tais atividades há outros espaços previstos, como se anunciou anteriormente", em uma aparente referência a alguns descampados em bairros periféricos, mencionados no ano passado por porta-vozes do governo como adequados para manifestações sindicais ou políticas.

Publicidade

A tensão está especialmente alta nestes dias, porque um grupo ultranacionalista turco, conhecido como Alperen, exigiu em entrevista coletiva do governo que impeça a parada gay.

Caso contrário, advertiu o grupo, seus próprios membros "fariam o necessário" para impedir "com todos os meios" que ela acontecesse. / EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.