Avaliação de premiê português piora com a crise

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Por AE
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O governo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, eleito em junho, enfrenta uma crise de popularidade em Portugal. Para 62% dos portugueses, a gestão do premiê é ruim ou péssima, indica uma pesquisa divulgada na semana passada pela TV RTP, feita pela Universidade Católica de Lisboa. Apenas 29% dos eleitores ouvidos acreditam que a administração seja boa ou muito boa. Na pesquisa anterior, de dezembro, 46% dos portugueses deram nota baixa ao governo.Ainda de acordo com o levantamento, 43% dos entrevistados acreditam que as recentes medidas de austeridade tomadas pelo governo não vão melhorar o país. Os que acham que os cortes trarão benefícios somam 37%. A popularidade do premiê começou a se deteriorar no fim do ano passado. Um dos setores do serviço público mais descontente com Passos Coelho é o dos professores. Em dezembro, o premiê sugeriu que os desempregados da categoria emigrassem para países lusófonos, como Angola e o Brasil, o que provocou protestos. Na semana passada, professores passaram a noite sem dormir em frente ao Ministério da Educação, em protesto contra as demissões e cortes salariais. O setor público tem sofrido pesados cortes em seu orçamento. Pensões e salários foram diminuídos e as perspectivas para a economia do país para 2012 não são das melhores. Segundo projeção da Comissão Europeia o desemprego deve subir para 13,8%, a renda média do trabalhador cairá cerca de 6% e a economia terá uma contração de 3% a 4%.Para o professor de ciência política António Costa Pinto, da Universidade de Lisboa, a questão política do momento é saber quem canalizará a insatisfação popular com as reformas. "Essa desconfiança não se traduziu ainda em partidos antissistema, de extrema-direita ou de extrema-esquerda, como é o caso da Grécia, por exemplo", diz. "Resta saber se com o agravamento da situação financeira, setores de elite do funcionalismo, como os dos professores, vão se juntar ao sindicalismo tradicional." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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